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sábado, 7 de julho de 2007

Proibido fumar´ significa que não se pode fumar, diz OMS

Em 146 países do mundo, o aviso de "é proibido fumar" passará a significar exatamente isso: "é proibido fumar". Além de elaborar leis internacionais para combater o tráfico de cigarros, autoridades que participam de um importante encontro antitabagista da OMS - Organização Mundial da Saúde adotaram definições rigorosas sobre o significado da proibição de fumar em bares e escritórios.

As diretrizes, que não possuem força de lei, estipulam que "não há nível seguro de exposição à fumaça dos cigarros", acrescentando explicitamente que medidas paliativas como a criação de áreas para fumantes, a instalação de filtros de ar ou o uso de ventiladores não funcionam.

"Essas diretrizes são importantes para contradizer alguns dos mitos disseminados pela indústria do fumo", disse na sexta-feira, em uma entrevista coletiva, Douglas Bettcher, chefe da Iniciativa Antitabagista da OMS. "A indústria do cigarro sabe que a proibição do fumo em espaços públicos e nos locais de trabalho encoraja os fumantes a reduzir o consumo de cigarro e a largar o vício. E também reduz as chances de outras pessoas tornarem-se viciadas."

"A indústria do cigarro diz que o fumo passivo não passa de um incômodo. Mas não se trata de um incômodo. Trata-se de algo mortal, letal. Trata-se de uma substância altamente cancerígena", afirmou Bettcher.

As diretrizes não vigorarão nos EUA, na Rússia e na Indonésia, três países que não integram a Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (FCTC), da OMS.

No entanto, pessoas envolvidas nas campanhas de combate ao cigarro afirmaram esperar que as diretrizes, mesmo naqueles países, funcionam como parâmetro para as leis nacionais, estaduais e municiais. Autoridades da OMS também disseram acreditar que a Rússia assinará em breve a FCTC. O governo russo deu sinais, recentemente, de que deseja enfrentar os problemas crônicos de saúde provocados no país pelo consumo de cigarro e álcool.

Cerca de 1 bilhão de pessoas morrerão neste século devido a doenças relacionadas com o consumo de tabaco se os governos dos países ricos e pobres não se mobilizarem para combater esse hábito, afirmou Bettcher, no início da conferência.

No entanto, segundo a autoridade da OMS, se forem impostas políticas sabidamente eficazes, como o aumento dos impostos, a proibição da propaganda de cigarros e a criação de locais públicos nos quais é categoricamente proibido fumar, o número de fumantes pode cair pela metade até 2050.

(Estadão Online) - transcrito do ambientebrasil.com -

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Meio-Ambiente

Cientistas atribuem sumiço de lago chileno a efeito estufa

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Foto Terra Espanha


Pesquisadores culparam o aquecimento global pelo desaparecimento de um lago glacial em uma região remota do sul do Chile. A massa de água sumiu em apenas dois meses, deixando uma cratera para trás.

O desaparecimento do lago no Parque Nacional Bernardo O´Higgins foi descoberto por guardas responsáveis pela reserva em maio. Eles ficaram atônitos ao ver uma cratera de 40 metros de profundidade no lugar antes ocupado pelas águas.

Depois de sobrevoar o lago na segunda-feira (02), cientistas disseram ter sido capazes de chegar a uma conclusão, preliminar, que aponta para o aquecimento global como principal culpado pelo sumiço das águas.

Eles sugerem que o derretimento de geleiras próximas elevou o nível do lago a um ponto no qual a pressão da água derrubou parte de uma geleira que funcionava como dique. A água no interior da cratera escapou pela brecha, rumo ao oceano, disse o glaciologista Andres Rivera.

Rivera, acompanhando por outro especialista, sobrevoou o lago e fez fotos.

"De um lado da geleira Bernardo dá para ver um enorme buraco ou brecha, e acreditamos que a água saiu por ali", diz nota emitida pela Marinha, que cita Rivera. "Isso confirma que as geleiras da região estão em retração, e afinando".

Ele disse que o fundo da cratera já acumula um pouco de água, provavelmente de gelo derretido. (Estadão Online)
( www.ambientebrasil.com.br)

Justiça proíbe C&A de revistar bolsas de funcionários

São Paulo/SP - A rede de lojas C&A Modas está proibida de revistar bolsas e pertences de seus funcionários em todo o país. A determinação é da 9ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, em São Paulo. A loja também foi condenada a pagar R$ 500 mil de indenização por danos morais coletivos ao Fundo de Amparo ao Trabalhador. Cabe recurso.

A Ação Civil Pública contra a rede de lojas foi ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho de São Paulo. O MP argumentou que as bolsas poderiam conter medicamentos e outros objetos íntimos que os funcionários não desejam que sejam revelados aos colegas.
Destacou que a Constituição Federal, em seu artigo 5º, dispõe que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

A C&A, para se defender, alegou que a revista a bolsas e pertences serve para evitar pequenos furtos. O TRT paulista rebateu o argumento. Para os juízes da 9ª Turma, a mania obsessiva pela defesa do patrimônio levada ao extremo da desconfiança generalizada, como se os empregados fossem pessoas estranhas, é uma grande ofensa à dignidade do trabalhador.

Fonte: Revista Consultor Jurídico – 29/06/07

Campanha avalia saúde de motoristas que transportam granito

Vitória/ES - O Sest/Senat em parceria com a Polícia Rodoviária Federal realizou, na manhã desta sexta-feira, a campanha "Comandos de Saúde nas Rodovias", que orientou cerca de 70 motoristas que passaram pelo Posto da Polícia Rodoviária Federal da Serra, no km 250 da BR 101.

De acordo com a equipe médica da Emescam, que fez o atendimento médico dos motoristas, a maior parte dos problemas diagnosticados foi hipertensão e hiperglicemia. “Sei que, de alguma forma, a campanha vai tocar esses motoristas. Muitos deles dormem e se alimentam mal”, afirmou a professora da Emescam, Fabiana Rosa Neves.

O caminhoneiro Ivanildo Rodrigues, que atua no transporte de rochas, aprovou o trabalho. “É a primeira vez que participo e acho importante porque, às vezes, não temos tempo de ir ao médico”, contou. .

A campanha reforçou, junto aos caminhoneiros e outros trabalhadores do transporte, a necessidade de manter a saúde em dia para evitar acidentes de trânsito nas rodovias.

A ação também detectou fatores de risco à saúde dos trabalhadores e obteve indicadores estatísticos acerca do perfil de saúde dos motoristas profissionais do país.

Houve trabalho de prevenção odontológica, medição de pressão arterial, informações sobre doenças sexualmente transmissíveis, entre outras atividades.

A inspetora da Polícia Rodoviária Federal, Márcia Barretto, lembrou que a campanha “Comandos de Saúde nas Rodovias” surgiu em Vitória, no ano de 1999, e passou a ser adotada em outros estados do país em 2004.

“É muito bom contar com a parceria do Sindirochas porque é um setor que lida diretamente com transporte nas rodovias”, completou Márcia.

A ação, que contou com o apoio do Sindirochas, foi preventiva e contou com a participação do assessor institucional do Sindirochas, Leinad Ferreira. “O Sindirochas está preocupado com a segurança do escoamento da produção, principalmente do norte para as regiões centro e sul do Estado. A campanha é um passo importante no nosso compromisso de melhorar a segurança do transporte e de trabalhar pelo respeito à legislação vigente. Vamos apoiar ações como essa sempre”, destacou Leinad.

Fonte: Gazeta On Line - 29/06/07

segunda-feira, 2 de julho de 2007

PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS

FORMAS DE COMBUSTÃO

  • Combustão Completa
    É aquela em que a queima produz calor e chamas e se processa em ambiente rico em comburente.
  • Combustão Incompleta
    É aquela em que a queima produz calor e pouca ou nenhuma chama e se processa em ambiente pobre em comburente.
  • Combustão Espontânea
    É aquela gerada de maneira natural, podendo ser pela ação de bactérias que fermentam materiais orgânicos, produzindo calor e liberando gases, alguns materiais entram em combustão sem fonte externa de calor, ocorre também na mistura de determinadas substancias químicas, quando a combinação gera calor e libera gases.
  • Explosão
    É a queima de gases ou partículas sólidas em altíssima velocidade, em locais confinados.

FORMAS DE PROPAGAÇÃO

O calor pode-se propagar de três diferentes maneiras: Condução, Convecção e Irradiação. Como tudo na natureza tende ao equilíbrio, o calor é transferido de objeto com temperatura mais alta para aqueles com temperatura mais baixa. O mais frio de dois objetos absorvera calor até que esteja com a mesma quantidade de energia do outro.

  • Condução – É a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a molécula. Quando dois ou mais corpos estão em contato, o calor é conduzindo através deles como se fosse um só corpo.
  • Convecção – É a transferência de calor pelo próprio movimento ascendente de massas de gases ou líquido.
  • Irradiação – É a transmissão de calor por ondas de energia caloríficas que se deslocam através do espaço.

CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS
INCÊNDIO é combustão sem controle.

Essa Classificação foi elaborada pela NFPA - Associação Nacional de Proteção a Incêndios/EUA, e adotada pelas: IFSTA - Associação Internacional para o Treinamento de Bombeiros/EUA, ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas/BR e Corpos de Bombeiros/BR.
Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos, bem como a situação em que se encontram. Essa classificação determina a necessidade do agente extintor adequado.

  • CLASSE “A”
    Combustíveis sólidos, ex. madeiras, papel, tecido, borracha, etc., caracterizado pelas cinzas e brasas que deixam como resíduos, sendo que a queima se da na superfície e em profundidade.
  • CLASSE “B”
    Líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis, caracterizados por não deixar resíduos e queimar apenas na superfície exposta.
  • CLASSE “C”
    o Material e equipamentos energizados, caracterizado pelo risco de vida que oferece.
  • CLASSE “D”
    o Metais combustíveis, ex. magnésio, selênio, antimônio, lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio e zircônio, caracterizado pela queima em altas temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns principalmente se contem água.

METÓDOS DE EXTINÇÃO

  • Retirada do material combustível, é o método mais simples de se extinguir um incêndio, baseia-se na retirada do material combustível, ainda não atingido, da área de propagação do fogo.
  • Resfriamento é o método mais utilizado, consiste em diminuir a temperatura do material combustível que esta queimando, diminuindo, conseqüentemente, a liberação de gases ou vapores inflamáveis.
  • Abafamento consiste em impedir ou diminuir o contato do comburente com o material combustível.
  • Extinção química consiste na utilização de certos componentes químicos, que lançados sobre o fogo, interrompem a reação em cadeia.

AGENTES EXTINTORES

  • Água
    Utilizado nos incêndios de classe: A
  • Espuma
    Utilizado nos incêndios de classe: A e B
  • Gás Carbônico (CO2)
    Utilizado nos incêndios de classe: A, B e C
  • Pó Químico seco
    Utilizado nos incêndios de classe: B e C (na classe D é utilizado pó químico especial)
  • Gases Nobres limpos
    Utilizado nos incêndios de classe: A, B e C

EXTINTORES

EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZADO

Este é o extintor mais indicado para o combate a príncipio de incêndio em materiais da classe “A” (sólidos); não deverá ser usado em hipótese alguma em materiais da classe “C” (elétricos energizados), pois a água é excelente condutor de eletricidade, o que acarretará no aumento do fogo; deve-se evitar também seu uso em produtos da classe “D” (materiais pirofóricos), como o magnésio, pó de alumínio e o carbonato de potássio, pois em contato com a água eles reagem de forma violenta.
A água agirá por resfriamento e abafamento.
Procedimentos para uso:
- retirar o pino de segurança;
- empunhar a mangueira e o gatilho; e
- apertar o gatilho e dirigir o jato para a base do fogo.

EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZÁVEL (PRESSÃO INJETADA)

Seu uso é equivalente ao de água pressurizada, diferindo-se apenas externamente pelo pequeno cilindro contendo gás propelente, cuja válvula deve ser aberta no ato de sua utilização, a fim de pressurizar o ambiente interno do extintor, permitindo o seu funcionamento. O agente propulsor (propulente) é o gás carbônico (CO2).
Procedimentos de uso:
- abrir a válvula do cilindro de gás;
- empunhar a mangueira e o gatilho; e
- apertar o gatilho e dirigir o jato para a base do fogo.

EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO (PQS)

É o mais indicado para ação em materiais da classe “B” (líquidos inflamáveis), mas também pode ser usado em materiais classe “A” e em último caso, na classe “C”. Age por abafamento, isolando o oxígênio e liberando gás carbônico assim que entra em contato com o fogo.
Procedimentos para uso:
- retirar o pino de segurança;
- empunhar a pistola difusora; e
- atacar o fogo acionando o gatilho.

EXTINTOR DE PQS COM PRESSÃO INJETÁVEL

As mesmas características do PQS pressurizado, mas mantendo externamente uma ampola de gás para a pressurização no instante do uso.
Procedimentos para uso:
- abrir a ampola de gás;
- empunhar a pistola difusora; e
- apertar o gatilho e dirigir a nuvem de pó para a base do fogo.

EXTINTOR DE ESPUMA MECÂNICA PRESSURIZADO

A espuma é gerada pelo batimento da água com o líquido gerador de espuma e ar (a mistura da água e do líquido gerador de espuma está sob pressão, sendo expelida ao acionamento do gatilho, juntando-se então ao arrastamento do ar atmosférico em sua passagem pelo esguicho).
Será usado em princípios de incêndio das classes “A” e “B”.
Procedimentos de uso:
- retirar o pino de segurança;
- empunhar o gatilho e o esguicho; e
- apertar o gatilho, lançando a espuma contra o fogo.

EXTINTOR DE ESPUMA MECÂNICA COM PRESSÃO INJETADA

As mesmas características do pressurizado, mas mantendo a ampola externa para a pressurização no instante do uso.
Procedimentos para uso:
- abrir a válvula do cilindro de gás;
- retirar o pino de segurança;
- empunhar o gatilho e o esguicho; e
- apertar o gatilho, lançando a espuma contra o fogo.

EXTINTOR DE ESPUMA QUÍMICA

Embora esteja em desuso no mercado, ainda é possível encontrá-lo em edificações. Seu funcionamento é possível devido a colocação do mesmo de “cabeça para baixo”, formando a reação de soluções aquosas de sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio. Depois de iniciado o funcionamento, não é possível a interrupção da descarga.
Deve ser usado em princípios de incêndio das classes “A” e “B”.
Procedimentos para uso:
- não deitar ou virar o extintor antes de chegar ao local do fogo;
- no local, inverter a posição do cilindro; e
- lançar a espuma contra o fogo.

EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO (CO2)

É o mais indicado para a extinção de princípio de incêndio em materiais da classe “C” ( elétricos energizados ), podendo ser usado também na classe “B”.
Procedimentos para uso:
- retirar o pino de segurança;
- empunhar o gatilho e o difusor; e
- apertar o gatilho, dirigindo o difusor por toda a extensão do fogo.

EXTINTOR DE HALOGENADO (HALON)

Composto por elementos halogênios (flúor, cloro, bromo e iodo).
Atua por abafamento, quebrando a reação em cadeia que alimenta o fogo.
Ideal para o combate a princípios de incêndio em materiais da classe “C”.
Procedimentos para uso:
- retirar o pino de segurança;
- empunhar o gatilho e o difusor; e
- acionar o gatilho, dirigindo o jato para a base do fogo.

EXTINTOR SOBRE RODAS (CARRETA)

A diferença dos extintores em geral é a sua capacidade. Devido ao seu tamanho, sua operação requer duas pessoas.
As carretas podem sêr:
- de água;
- de espuma mecânica;
- de espuma química;
- de pó químico seco; e
- de gás carbônico.

domingo, 1 de julho de 2007

Motoristas mal educados; trânsito assassino

Quando um avião cai e pessoas morrem ficamos tristes, chocados, com sensação de impotência e chamamos o acontecimento de desastre, tragédia! Mas quando a coisa é aqui em baixo, ou seja, nas nossas ruas, avenidas e estradas, as percepções são bem diferentes.

Se alguém se fere ou morre no trânsito, chamamos de acidente. Uma visão equivocada, no mínimo! O dicionário assinala como acidente: acontecimento fortuito; percalço. Segundo as estatísticas do Ministério da Saúde da Saúde e Polícia Rodoviária Federal (PRF), 90% das ocorrências de trânsito são causadas por imperícia ou imprudência. Apenas 4% se devem a problemas mecânicos e 6% a outras causas, como buracos, por exemplo.

Porque, então, denominamos de acidente, uma coisa provocada pelas pessoas? Imprudência e imperícia têm conseqüências que não podem ser tratadas como mero acaso, ou seja, "acidente". A sociedade parece estar anestesiada em relação à violência do trânsito. Uma mudança de consciência precisa acontecer.

O Detran de Mato Grosso criou o Programa de Educação de Trânsito nas Escolas (PETE). O programa consiste em apoio pedagógico para ações educativas em trânsito e capacitação de educadores. É um programa de educação continuada que vai nortear as ações do Departamento, neste sentido, nos próximos anos. O trabalho está sendo implantado em 11 escolas da Grande Cuiabá de forma experimental. A idéia é transformar o projeto em lei estadual e ampliar para as demais escolas de Mato Grosso. O Detran também implantará nos próximos meses o sistema de biometria. Uma forma de fiscalizar melhor as auto-escolas. Será uma espécie de cartão de ponto eletrônico para instrutores e aprendizes.

Mas isso não é tudo. Aliado à educação e melhor formação de condutores, investir em formas de controle e punição de motoristas infratores é essencial. Em artigo recente defendi a implantação de radares em Cuiabá e continuo defendendo. Temos o exemplo de outras capitais, como Salvador (BA), que reduziu drasticamente os índices de mortes no trânsito depois da implantação.

Na Inglaterra, com milhares de radares espalhados pelas vias (sem que os motoristas saibam a localização exata deles), o número de mortes por acidentes de trânsito é de apenas 100 por ano. No Brasil são 35 mil mortes, e os poucos radares existentes devem ter placas avisando da presença, o que os torna inócuos muitas vezes, como mostrou recentemente uma reportagem do Jornal Nacional. A sociedade precisa pensar, estudar e entender porque tantas tragédias acontecem. Precisa aprender a evitá-las ou, pelo menos, diminuí-las.

No caso da implantação ou não de radares em Cuiabá a decisão cabe, exclusivamente, à prefeitura. Nós [Detran] apoiaremos toda e qualquer medida tomada no sentido de ajudar a equacionar o problema. Temos um código moderno e com leis claras, mas estamos no limite. A questão é: o queremos nas ruas, motoristas e pedestres educados e segurança ou um trânsito assassino?

Teodoro Moreira Lopes é presidente do Detran-MT

Meio-Ambiente(A Farra dos Sacos Plásticos)

André Trigueiro: pós-graduado em Meio Ambiente, jornalista, redator e apresentador do Jornal das 10, da Globonews, desde 1996.

"Creio que um dos primeiros presentes que recebi de meus sogros em Viena foram 2 bolsas de algodão para ir ao Supermercado. Depois compreendi".

Os supermercados, farmácias e boa parte do comércio varejista embalam em saquinhos tudo o que passa pela caixa registradora. Não importa o tamanho do produto que se tenha à mão, aguarde a sua vez porque ele será embalado num saquinho plástico.

O pior é que isso já foi incorporado na nossa rotina como algo normal, como se o destino de cada produto comprado fosse mesmo um saco plástico..
Nossa dependência é tamanha que quando ele não está disponível costumamos reagir reclamações indignadas.

Quem recusa a embalagem de plástico é considerado, no mínimo exótico.
Noutro dia fui comprar lâminas de barbear numa farmácia e me deparei com uma situação curiosa: a caixinha com as lâminas cabia perfeitamente na minha pochete. Meu plano era levar para casa assim mesmo. Mas num gesto automático, a funcionária registrou a compra e enfiou rapidamente a mísera caixinha num saco onde caberiam seguramente outras dez.

Pelas razões que explicarei abaixo, recusei gentilmente a embalagem.
A plasticomania vem tomando conta do planeta desde que o inglês Alexander Parkes inventou o primeiro plástico, em 1862 . O novo material sintético reduziu os custos dos comerciantes e incrementou a sanha consumista da civilização moderna.

Mas os estragos causados pelo derrame indiscriminado de plásticos na natureza tornou o consumidor um colaborador passivo de um desastre ambiental de grandes proporções. Feitos de resinas sintéticas originadas do petróleo, esses sacos não são biodegradáveis e levam séculos para se decompor na natureza. Usando a linguagem dos cientistas, esses saquinhos são feitos de cadeias moleculares inquebráveis, e é impossível definir com precisão quanto tempo levam para desaparecer no meio natural.

No caso específico das sacolas de supermercado, por exemplo, a
matéria-prima é o plástico filme, produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (PEBD).

No Brasil são produzidas 210 mil toneladas anuais de plástico filme, que já representa 9,7% de todo o lixo do país. Abandonados em vazadouros, esses sacos plásticos impedem a passagem da água, retardando a decomposição dos materiais biodegradáveis, e dificultam a compactação dos detritos.

Essa realidade que tanto preocupa os ambientalistas no Brasil, já
justificou mudanças importantes na legislação - e na cultura - de vários países europeus.

Na Alemanha, por exemplo, a plasticomania deu lugar à sacolamania (cada um levando sua própria sacola). Quem não anda com sua própria sacola a tiracolo para levar as compras é obrigado a pagar uma taxa extra pelo uso de sacos plásticos. O preço é salgado: o equivalente a sessenta centavos a unidade.

A guerra contra os sacos plásticos ganhou força em 1991, quando foi aprovada uma lei que obriga os produtores e distribuidores de embalagens a aceitar de volta e a reciclar seus produtos após o uso. E o que fizeram os empresários? Repassaram imediatamente os custos para o consumidor. Além de antiecológico, ficou bem mais caro usar sacos plásticos na Alemanha.
Na Irlanda, desde 1997 paga-se um imposto de nove centavos de libra irlandesa por cada saco plástico. A criação da taxa fez multiplicar o número de irlandeses indo às compras com suas próprias sacolas de pano, de palha,e mochilas.

Em toda a Grã-Bretanha, a rede de supermercados CO-OP mobilizou a atenção dos consumidores com uma campanha original e ecológica: todas as lojas da rede terão seus produtos embalados em sacos plásticos 100% biodegradáveis.

Até dezembro deste ano, pelo menos 2/3 de todos os saquinhos usados na rede serão feitos de um material que, segundo testes em laboratório, se decompõe dezoito meses depois de descartado. Com um detalhe interessante: se por acaso não houver contato com a água, o plástico se dissolve assim mesmo,porque serve de alimento para microorganismos encontrados na natureza.

Não há desculpas para nós brasileiros não estarmos igualmente preocupados com a multiplicação indiscriminada de sacos plásticos na natureza.

O país que sediou a Rio-92 (Conferência Mundial da ONU sobre
Desenvolvimento e Meio Ambiente) e que tem uma das legislações ambientais mais avançadas do planeta, ainda não acordou para o problema do descarte de embalagens em geral, e dos sacos plásticos em particular.

A única iniciativa de regulamentar o que hoje acontece de forma aleatória e caótica foi rechaçada pelo Congresso na legislatura passada.

O então
deputado Emerson Kapaz foi o relator da comissão criada para elaborar a "Política Nacional de Resíduos Sólidos". Entre outros objetivos, o projeto apresentava propostas para a destinação inteligente dos resíduos, a redução do volume de lixo no Brasil, e definia regras claras para que produtores e comerciantes assumissem novas responsabilidades em relação aos resíduos que descartam na natureza, assumindo o ônus pela coleta e processamento de
materiais que degradam o meio ambiente e a qualidade de vida.

O projeto elaborado pela comissão não chegou a ser votado. Não se sabe quando será. Sabe-se apenas que não está na pauta do Congresso.. Omissão grave dos nossos parlamentares que não pode ser atribuída ao mero esquecimento.

Há um lobby poderoso no Congresso trabalhando no sentido de esvaziar esse conjunto de propostas que atinge determinados setores da indústria e do comércio.

É preciso declarar guerra contra a plasticomania e se rebelar contra a
ausência de uma legislação específica para a gestão dos resíduos sólidos. Há muitos interesses em jogo.

Qual é o seu?