Pesquisar este blog

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Trabalhadores expostos à radiação nuclear são abandonados por estatal

Doentes, ex-funcionários da antiga Nuclemon brigam na Justiça para ter pelo menos um plano de saúde

Patrícia Cançado e Ricardo Grinbaum

Quando recebeu um pacote pelo correio, há um mês, Jorge dos Santos e outros 62 ex-colegas de trabalho acharam que sua luta de anos por um plano de saúde havia chegado ao fim. Vítima de câncer de próstata, Santos trabalhou mais de uma década na antiga Nuclemon - empresa estatal processadora de areia monazítica, material rico em urânio e altamente radioativo - e saiu da empresa sem indenização nem acompanhamento médico. Ao abrir o envelope, porém, descobriu que a carteira não valia em São Paulo, onde vive, mas só no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. "Estão zoando com a gente", diz Santos.

O plano de saúde é uma questão urgente para funcionários que foram expostos a todo tipo de risco, desde a perda da audição por excesso de ruído das máquinas até câncer por exposição ao material radioativo sem as mínimas condições de segurança. Desde que a usina de São Paulo foi desativada, em 1992, algumas dezenas de pessoas já morreram entre os mais de 400 funcionários da época. Segundo os advogados, quatro dos 63 ex-funcionários que movem ação contra a Nuclemon morreram após o início do processo pelo plano de saúde, em 2005.

Os trabalhadores estão presos a uma armadilha. O administrador da empresa onde trabalhavam é o mesmo órgão do governo responsável por inspecionar a segurança das instalações. Hoje chamada INB (Indústrias Nucleares do Brasil), a Nuclemon processa vários tipos de materiais radioativos, inclusive combustível nuclear para as usinas de Angra dos Reis. Quem administra e fiscaliza a INB é a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Ministério da Ciência e Tecnologia. Em tese, a CNEN deveria cuidar da saúde dos trabalhadores. Mas não é o que Santos e seus colegas têm visto.

Quando precisaram fazer exames caros e urgentes, bateram na porta da CNEN e ouviram que, se quisessem cobertura médica além daquela oferecida pela saúde pública, deveriam procurar a Justiça. Foi o que fizeram há dois anos, depois de conseguirem um advogado de graça. Procurados pelo Estado, tanto a empresa quanto o Ministério da Ciência e Tecnologia deram resposta parecida. "A INB reconhece a importância da questão relativa à saúde ocupacional de seus empregados e ex-empregados. A empresa reconhece que a Justiça é soberana em suas decisões e a INB acatará qualquer que seja a sentença proferida em Juízo.''''

O drama do abandono dos ex-funcionários ocorre no momento em que o acidente de Goiânia com o Césio 137 completa 20 anos e o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, anuncia a construção da Usina Nuclear Angra 3, que deve consumir R$ 7 bilhões em investimento. O governo garante que terá condições para produção segura, mas deixou para trás um grupo de trabalhadores que durante 40 anos manipulou material radioativo com as mãos, sem qualquer tipo de proteção.

Um relatório sobre o setor nuclear produzido pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados compara a situação dos trabalhadores às vítimas do Césio 137. "Durante décadas os trabalhadores sofreram contaminação crônica, através da inalação de poeira rica em urânio e tório. O risco que eles correm de ter câncer de pulmão e silicose é extremamente grande, com vários casos já registrados", diz o relatório. "O caso da Nuclemon é tão emblemático quanto o de Goiânia."

O ambiente da usina da Nuclemon em São Paulo era abafado, barulhento, coberto por um pó branco altamente perigoso. Os trabalhadores lavavam a roupa contaminada em casa e até comiam no meio da produção. "Os chefes gostavam de contratar gente semi-analfabeta, que não sabia o que estava fazendo ali", diz José Venâncio Alves, 58 anos.

Depois de processada, a areia tinha diversas aplicações - desde a indústria de tintas até em aparelhos de ressonância magnética e produção de energia nuclear. "O corpo todo coçava. Mas o tempo era curto e não dava para observar o corpo", lembra José Raimundo Costa, 76 anos, famoso na época por exibir uma saúde de ferro. Hoje tem silicose, endurecimento do pulmão provocado pela poeira da usina, e uma prótese no quadril por excesso de esforço.

Os trabalhadores souberam dos riscos após o acidente de Goiânia, em 1987. "Depois disso, eles começaram a colocar aparelhos para medir radiação no nosso corpo, mas a gente nunca sabia os resultados. A gente também não podia mais levar o uniforme para lavar em casa. Antes de sair, a gente passava no ?chiqueirinho? para tomar banho", conta Alves.

ACOMPANHAMENTO

Um ano antes de a usina ser desativada, uma médica da Prefeitura de São Paulo, Maria Vera de Oliveira, e uma fiscal do Trabalho, Fernanda Giannasi, acompanharam 160 dos 412 trabalhadores e encontraram perda auditiva em 58, problemas pulmonares por inalação de poeira em 14 e leucopenia (redução de glóbulos brancos no sangue que pode ser causada por câncer) em sete. A avaliação foi refeita em 2003 em 70 funcionários. A proporção de doentes só se agravava. Até 2004, havia oito casos de morte por câncer e seis por doenças pulmonares. "Essas pessoas devem ser acompanhadas até o fim da vida porque têm mais chance de desenvolver qualquer tipo de tumor", afirma Maria Vera, pneumologista do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Santo Amaro.

Nas pessoas expostas à radiação, as doenças podem aparecer até 30 anos depois. É por isso que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) criou uma regra estabelecendo que trabalhadores da indústria nuclear passem por exames periódicos mesmo após a demissão. O Brasil assinou a Convenção 115 da OIT em 1960, mas nunca a regulamentou. Nesse contexto, a cobertura médica estaria garantida. Os trabalhadores já ganharam o direito na Justiça. Foi quando receberam um pacote com carteira do plano de saúde, mas que só valia para Rio e Minas. Agora, esperam abrir outro pacote com um plano que seja aceito onde moram.


Link: http://www.estado.com.br/editorias/2007/09/02/index.xml?editoria=eco

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Construção Civil é um dos setores em que acontece o maior número de acidentes no Brasil



Entre o perigo e o gosto pela profissão Altura, produtos químicos inflamáveis e eletricidade são fatores de risco

Tem um ditado popular que diz que "trabalho é meio de vida e não de morte". Mas ao referir-se a algumas atividades profissionais, o sentido dessa frase pode muito bem ser invertida. Aqueles que trabalham com altura, eletricidade, produtos químicos inflamáveis e ondas ionizantes estão diariamente sujeitos a acidentes do trabalho, que causam em torno de 2 milhões de mortes a cada ano em todo o mundo. De acordo com dados da Previdência Social, no Brasil, acontece um acidente a cada hora. Ao todo são 491.711 acidentes por ano, com 2.708 mortes.

Depois de presenciar a morte de um funcionário, o empresário Eudes Ferreira de Santana, que trabalha com construção de edifícios há 20 anos, chegou a pensar em desistir da profissão. "Era fim de expediente e eu já tinha ido embora da obra. Me ligaram avisando que Lázaro tinha caído de uma altura de 30 metros. Voltei correndo e ainda cheguei a tempo de vê-lo dar o último suspiro. Foi horrível. Fiquei três meses afastado e só voltei porque vi que não sei fazer outra coisa. Até hoje não superei essa perda", relembrou.

Eudes contou que sempre teve medo, mas depois desse acontecimento ficou ainda mais cauteloso. Ele acredita que, para evitar uma fatalidade como esta, é imprescindível que todos os equipamentos de segurança estejam em boas condições e que todas as precauções seja seguidas à risca. "Vejo muitas irregularidades nas obras da cidade. Acho que quem tem medo não morre, porque se previne mais. Na minha firma, o operário trabalha como ajudantes por cerca de 2 anos para depois começar a se arriscar de fato", ressaltou.

Francisco de Assis Ávila Faria, 28 anos, que trabalha há 8 anos com eletricidade, pensa de outra forma. "Acho que quem tem medo não deve trabalhar em atividades de risco. A partir do momento que você sabe o que está fazendo, não precisa se atemorizar", enfatizou. Francisco, que trabalha diretamente com equipamentos de alta tensão e todos os dias corre o risco de choque e de explosão, atribui essa tranqüilidade e confiança aos constantes treinamentos e procedimentos de segurança que a empresa adota. "Acho que está em meu sangue. Sou apaixonado pelo que faço", complementou.

Segundo o engenheiro de Segurança do Trabalho, Ricardo Ochoa, a única forma de evitar acidentes em funções de alto risco é a implementação de um eficaz programa de segurança, que ainda não é prioridade em todas as empresas. "Apesar de alguns empresários já estarem dispostos a pagar um pouco mais em equipamentos seguros, já que os gastos com um acidente de trabalho (indenizações exigidas) são altos, nem todas as fábricas adotam o programa. Existe um mito de que ele custa caro e não dá retorno em curto prazo", avaliou.

Inspeções apontam irregularidades

As normas regulamentadoras da segurança no trabalho, definidas pelo Ministério do Trabalho e baseados na lei, exigem a adoção desse programa e de técnicos que realizem fiscalizações para verificar se os estabelecimentos respeitam as exigências. Apesar de não haver estatísticas específicas para Uberlândia, o subdelegado da Delegacia do Trabalho, Sebastião Alves da Silva Filho, afirmou que nenhuma empresa da cidade está em total conformidade. "Recebemos cerca de 120 denúncias por mês e as inspeções sempre apontam algum item irregular", confirmou.

Ricardo Ochoa afirmou que é essencial fazer adaptações no ambiente de trabalho e realizar treinamentos contínuos com os funcionários, que devem utilizar equipamentos de segurança individual que algumas funções exigem. "É essa a função exercida pela equipe que compõe o programa de segurança. O primeiro passo é fazer o levantamento de todas as atividades, avaliação dos riscos e posteriormente a prevenção", explicou.

Ele citou o exemplo da construção civil, uma das áreas onde ocorre o maior número de acidentes, já que não existem cursos específicos para capacitação profissional. "A única forma de aprender é se aventurando e adquirir experiência com o tempo. Daí a importância de contratar profissionais que entendem do assunto, no sentido de selecionar pessoas aptas para exercer a função", destacou Ricardo Ochoa.

César Romero Costa, 49 anos, trabalha no ramo de abastecimento de botijões de gás há 28 anos. Começou como entregador e, naquela época, tinha medo até de carregar o objeto. Hoje é encarregado de plataforma e, mesmo correndo risco de explosão e incêndio, gosta do que faz e não tem medo. "A empresa respeita as normas de segurança e temos treinamentos com o Corpo de Bombeiros constantemente. Os riscos de acidente são mínimos", opinou.

Fonte:
MANUELLA GARCIA - manugarcia@correiodeuberlandia.com.br
Repórter


segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Brasil gasta R$ 32 bi com acidentes de trabalho

Da Agência Brasil

O Brasil gasta 4% de seu PIB (Produto Interno Bruto) – o equivalente a R$ 32 bilhões – com despesas relacionadas a acidentes de trabalho por ano: são indenizações pagas pela Previdência Social, custos em saúde, perda de produtividade, entre outros.

Segundo o INSS, do valor total de gastos, cerca de R$ 8 bilhões correspondem a benefícios acidentários e aposentadorias especiais.

Dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho), mostram que o gasto no mundo corresponde a 4% do PIB mundial, ou seja, tudo que os países produzem em serviços e bens.

Segundo o médico e consultor da entidade, Zuher Handar, uma análise feita pela OIT mostra que esse percentual é 20 vezes maior que toda a ajuda oficial do mundo direcionada ao desenvolvimento dos países menos industrializados.

LEVANTAMENTO - Na análise feita pela OIT, dos cerca de 270 milhões de ocorrências mundiais envolvendo trabalhadores em 2005, 160 milhões foram doenças do trabalho.

Desse total, 2,2 milhões resultaram em mortes e 360 mil delas decorreram de acidentes tipicamente relacionados ao trabalho.

Para Handar, quanto menos desenvolvido o país, maior o número e o nível da gravidade dos acidentes. O médico explica que a riqueza da nação está ligada ao investimento em segurança do trabalho.

A OIT também estima que os países da América Latina e do Caribe perdem US$ 76 bilhões por ano com mortes e lesões causadas por doenças do trabalho. Segundo a entidade, isso significa algo entre 2% e 4% do PIB dessa região.

AVANÇO - O presidente da Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho), Remígio Todeschini, afirma que o Brasil tem diminuído a taxa de incidência de acidentes e de mortalidade nas empresas brasileiras, mas que as estatísticas ainda representam o dobro do que é registrado nos países desenvolvidos

"Há um desafio muito grande a ser perseguido e há um esforço do Ministério do Trabalho em ampliar a prevenção, focado também na fiscalização e no aperfeiçoamento da legislação trabalhista", afirma.

Grande parte dos casos é causada por falta de informação

Da Agência Brasil

A falta de informações sobre os riscos ocupacionais é responsável pela morte de milhares de pessoas por ano na América Latina e no Caribe. A constatação é da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que estima até 68 mil o número de pessoas que morrem nesses locais devido a acidentes de trabalho.

Até 80 milhões sofrem lesões ou doenças causadas por exposição a riscos dentro das empresas.

No Brasil, segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social, ocorreram 2.700 mortes por acidentes de trabalho em 2005, e 491 mil trabalhadores sofreram lesões ou tiveram doenças por motivos ocupacionais.

Muitas dessas mortes e acidentes poderiam ser evitados se os trabalhadores conhecessem as chamadas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, que estabelecem parâmetros para adaptar as condições de trabalho, de modo a proporcionar conforto e segurança.

No Brasil, há 33 normas que complementam a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) nessa área. A fiscalização dessas regulamentações é feita atualmente por cerca de três mil auditores fiscais do trabalho espalhados pelo País.

País não notifica corretamente ocorrências médicas trabalhistas

Da Agência Brasil

A sub-notificação de doenças e acidentes de trabalho é um problema considerado grave na área de saúde do trabalhador. A reclamação é unanimidade entre as entidades que atuam nessa área.

A principal causa do problema é o grande número de trabalhadores informais no País. Dados do IBGE, de 2004, mostram que 22% da população economicamente ativa trabalham por conta própria, e 18,3% são empregados sem carteira assinada.

Esse grupo não tem direito aos benefícios da Previdência, assim como os trabalhadores domésticos que não contribuem (segundo a pesquisa, o total de trabalhadores domésticos equivale a 7,7% da população ocupada) e os trabalhadores não-remunerados, que somam 7,7%.

domingo, 2 de setembro de 2007

Incêndio Florestal


O que é?

É a propagação do fogo, em áreas florestais e de savana (cerrados e caatingas), normalmente ocorre com freqüência e intensidade nos períodos de estiagem e está intrinsecamente relacionada com a redução da umidade ambiental.

Os incêndios podem iniciar-se de forma espontânea ou ser conseqüência de ações e/ou omissões humanas, mas mesmo nesse último caso, os fatores climatológicos e ambientais são decisivos para incrementá-los, facilitando sua propagação e dificultando seu controle.

Os incêndios florestais podem ser causados por:

causas naturais, como raios, reações fermentativas exotérmicas, concentração de raios solares por pedaços de quartzo ou cacos de vidros em forma de lente e outras causas;
imprudência e descuido de caçadores, mateiros ou pescadores, através da propagação de pequenas fogueiras, feitas em acampamentos;
fagulhas provenientes de locomotivas ou de outras maquinas automotoras, consumidoras de carvão ou lenha;
perda de controle de queimadas, realizadas para “limpeza” de compôs;
incendiários e/ou piromaníacos.

Danos

Os incêndios florestais causam danos materiais, ambientais e humanos.

Os danos materiais são:

destruição das árvores em fase de crescimento ou em fase de utilização comercial, reduzindo a produção de madeira, celulose, essências florestais e outros insumos;
redução da fertilidade do solo, como conseqüência da destruição da matéria orgânica reciclável obrigando a um maior consumo de fertilizantes;
redução da resistência das árvores ao ataque de pragas, obrigando a um maior consumo de praguicidas.

Os danos ambientais são:

redução da biodiversidade;
alterações drásticas dos biótopos, reduzindo as possibilidades de desenvolvimento equilibrado da fauna silvestre;
facilitação dos processos erosivos;
redução da proteção dos olhos d’água e nascentes.

Os danos humanos são:

perdas humanas e traumatismos provocados pelo fogo ou por contusões;
desabrigados e desalojados;
redução das oportunidades de trabalho relacionada com o manejo florestal.

Perguntas freqüentes

1 - Posso fazer uma queimada em meu pasto?

Sempre consulte a secretaria estadual ou municipal do meio ambiente antes de fazer queimada, pois você poderá está cometendo crime ambiental.

2 - O que eu posso fazer para evitar um incêndio florestal?

Construção de aceiros, que devem ser mantidos limpos e sem materiais combustíveis;
Construção de faixas limpas e sem materiais combustíveis;
Plantação de cortinas de segurança com vegetação menos inflamável;
Construção de barragens de água que atuem como obstáculos à propagação do fogo e como reserva de água para o combate ao incêndio;
Construção de estradas vicinais, no interior de florestas, facilita a fiscalização e favorece o carreamento dos meios de controlar os incêndios;
Utilização de medidas de vigilância: fixa, por meio de torres de observação; ou móvel, por meio de patrulhamento terrestre ou aéreo. O CPTEC (www.cptec.inpe.br) identifica focos de incêndios por satélite;
Aviso imediato, em caso de incêndio florestal, ao Corpo de Bombeiros, Defesa Civil ou Polícia;
Seguir as instruções dos bombeiros ou Defesa Civil.

3 - O que não fazer?

Nunca tente combater um incêndio sozinho.


Periculosidade - Adicional proporcional

Periculosidade: adicional pode ser proporcional ao tempo de exposição

O valor do adicional de periculosidade pode ser definido proporcionalmente em relação ao tempo em que o trabalhador fica exposto à situação de risco, desde que isso esteja definido em acordo coletivo. Decisão neste sentido foi adotada pela Quarta Turma e ratificada pela Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho.

A matéria foi apreciada, inicialmente, pela Quarta Turma, que deu provimento a um recurso em que a Companhia Vale do Rio Doce buscou - e obteve - a mudança de cálculo do adicional de periculosidade concedida a um ex-funcionário, que trabalhou como eletricitário durante 22 anos. A 2ª Vara do Trabalho de Vitória (ES) negou todos os pedidos do ex-empregado, que recorreu ao Tribunal Regional da 17ª Região (ES). Entre os itens revistos pelo TRT, o trabalhador obteve o reconhecimento do adicional com base no cálculo de 30% sobre sua remuneração, com reflexos nas férias, 13º e FGTS.

A partir daí, as duas partes travaram intensa batalha judicial, mediante recursos, e a matéria chegou ao TST. De um lado, o empregado insistiu na manutenção do adicional de 30% sobre a remuneração e, de outro, a empresa defendeu o percentual de 12% sobre o salário, com base em norma coletiva que autorizou o cálculo proporcional ao tempo em que o empregado ficava submetido à situação de risco.

Ao apreciar o recurso de revista, a Quarta Turma mandou restabelecer a sentença de primeiro grau, validando o pagamento do adicional de periculosidade de forma proporcional ao tempo de exposição ao risco, conforme previsto na norma coletiva. Inconformado, o trabalhador recorreu à SDI-1. A relatora da matéria, ministra Cristina Peduzzi, entendeu que a decisão não poderia ser reformada, pois foi adotada nos termos da jurisprudência do TST, expressa na Súmula 364, que estabelece: "A fixação do adicional de periculosidade, em percentual inferior ao legal e proporcional ao tempo de exposição ao risco, deve ser respeitada, desde que pactuada em acordos ou convenções coletivos".

A ministra ressalta, em seu voto, que. No caso, como foi firmado entendimento quanto à proporcionalidade do adicional de periculosidade, deve ser observado o instrumento normativo, em conformidade com a Constituição Federal, "que assegura reconhecimento às convenções e acordos de trabalho".

Processo E-ED-RR-738752/2001.8

Por que é proibido utilizar aparelhos celulares nos postos de combustíveis?

"Muitas pessoas solicitam explicações aos frentistas sobre esta norma de segurança. Decidimos ir além do cumprimento da recomendação e estudar o que levou a este cuidado. Assim, podemos orientar com mais clareza os funcionários".

O estudo, coordenado pelo consultor de segurança da Coppe/UFRJ e da Eletronuclear para a área de segurança de acidentes das Usinas Angra 1 e 2, Moacyr Duarte, revelou que existe apenas uma remota possibilidade de o uso do celular provocar um acidente. Mesmo sendo as chances de uma ocorrência pequena, é extremamente importante respeitar a proibição.

Para que um telefone celular funcione como fonte de ignição, ou seja, se torne o causador de um incêndio ou explosão, é necessário que a mistura de vapor de um combustível e ar, numa proporção entre 1,3% e 6%, penetre no aparelho. Após o preenchimento do espaço interno do aparelho com esta mistura gasosa, o toque da campainha, o alarme ou a bateria mal ajustada pode gerar uma centelha elétrica, servindo de ignição.

"Como os aparelhos modernos estão cada vez mais compactos, os espaços internos a serem preenchidos pelo gás são menores e, conseqüentemente, a possibilidade de um acidente é cada vez mais difícil. Mesmo assim, continuamos atentos ao quesito segurança. Tanto que estamos identificando o posto com a sinalização de segurança que alerta sobre a proibição do uso de celulares, de fumar e sobre a localização de extintores".

A forma de iniciar uma combustão seria a de ignição localizada. As centelhas elétricas são as fontes mais comuns de ignição localizada. Mesmo em pequena escala, a centelha representa uma quantidade de energia capaz de romper o limite isolante do ar. Esse é o mecanismo por meio do qual um celular pode funcionar como fonte de ignição de uma nuvem ou vapor de combustível. O momento crítico, portanto, é quando soam as campainhas e alarmes vibratórios do aparelho ''O procedimento correto é manter o aparelho desligado durante o abastecimento''

SEGURANÇA, SAÚDE E MEIO AMBIENTE

A maioria das empresas só adapta seus ambientes à lei depois da cobrança dos trabalhadores. Para o patrão, máquina é sinônimo de lucro e a saúde do trabalhador é sinônimo de custos. Por isso é que precisamos estar sempre juntos na luta por melhores condições de trabalho dentro das fábricas. Os acidentes e as doenças emitem sinais de que vão acontecer e, por isso, os trabalhadores, especialmente os cipeiros, devem estar atentos para entender esses sinais.
Por trás de qualquer acidente, principalmente os que acontecem no trabalho, existem vários fatores que são causas determinantes ou que contribuem de alguma maneira para que ele aconteça.
Quando ocorre um acidente, o primeiro impulso das pessoas é encontrar um culpado, imaginando que tudo se restringe a uma relação simples entre as pessoas e a conjuntura daquele momento. É uma visão que diminui o tamanho do problema.
Melhor que procurar o culpado é tentar entender as causas e os fatores que determinaram ou contribuíram para o acidente. Entender o acidente é investigar um acidente.
É aí que entra a ação dos cipeiros, da organização dos trabalhadores e o reforço com o Sindicato.

MEIO AMBIENTE

O trabalhador não pode ficar ausente da discussão sobre meio ambiente. Principalmente quando essa discussão está posta em toda a sociedade, com ênfase ao desenvolvimento social e econômico equilibrado, à sobrevivência das futuras gerações e ao uso racional dos recursos naturais.
Nossa discussão deve priorizar os temas voltados ao meio ambiente do trabalho e aos impactos da atividade industrial para as comunidades, sem abrir mão de sermos parceiro dos demais organismos de proteção ambiental.
É importante o trabalhador atuar dentro das fábricas, com foco na proteção ambiental, pois elas são locais onde entidades e organizações sociais têm pouca capacidade de intervenção.
Se no século 20 os desafios foram a luta pela liberdade, o reconhecimento sindical e a organização dos trabalhadores, no século 21 a pauta ambiental é o grande desafio.

Como cada um pode fazer a sua parte
Os trabalhadores são responsáveis pela riqueza e desenvolvimento e cabe a todos aliar esses fatores com preservação ambiental e crescimento social. Isso pode ser feito em casa, na rua e na fábrica. Saiba como:
• Uso racional de água potável, com recuperação e reutilização em outras finalidades.
• Aproveitamento de água das chuvas para descargas de sanitários, limpeza de instalações industriais, refrigeração de máquinas e tratamento de plantas.
• Geração de energia limpa para utilização em iluminação.
• Uso racional do papel.
• Uso racional de energia elétrica.
• Controle racional de atividades que geram gás carbônico, com impacto no aquecimento global, como os automóveis por exemplo.
• Substituição de calçadas e áreas asfaltadas por pavimento permeável.
• Uso racional de produtos químicos nocivos ao meio ambiente.
• Reciclagem do lixo orgânico para uso como adubo para plantas e jardins.
• Reciclagem e reaproveitamento de embalagens industriais e de tudo que for possível.
• Preservar a vegetação e plantar árvores

Telefones celulares podem provocar câncer, diz estudo

Londres, 30 ago (EFE).- A exposição aos sinais de telefonia móvel durante apenas cinco minutos poderia estimular um processo de divisão celular, segundo um novo estudo sobre o uso do aparelho publicado no último número da revista "New Scientist".

Esse processo ocorre de forma natural no crescimento ou rejuvenescimento do tecido humano, mas ocupa também um papel central no desenvolvimento de um câncer.

Uma equipe dirigida pelo professor Rony Seger, pesquisador do Instituto Weizmann de Rehovot, Israel, expôs células humanas e de ratos à radiação eletromagnética com uma freqüência semelhante à emitida pelos celulares, mas a um décimo de sua potência.

Após apenas cinco minutos, os pesquisadores identificaram a produção de quinases (tipo de enzima) reguladas por sinais extracelulares (ERK1/2), substâncias químicas naturais que estimulam a divisão e o crescimento celulares.

"A importância real de nossa descoberta é que as células não são imunes à radiação dos telefones celulares, embora não estejam expostas a um aumento de temperatura", diz o professor Seger, citado hoje pelo jornal "Daily Telegraph".

"Utilizamos níveis de radiação equivalentes a um décimo dos gerados por um celular comum e constatamos que as mudanças não se devem ao aquecimento", afirmou o cientista.

Segundo Graham Philips, do Powerwatch, um grupo que analisa o risco potencial dos telefones celulares, as diretrizes oficiais sobre o uso dos aparelhos indicam que a saúde só pode ser atingida em caso de grande aumento da temperatura do tecido humano.

"O novo estudo indica, no entanto, que as reações também acontecem sob o efeito de radiações de nível baixo, o que pode ter implicações para a saúde", ressaltou Philips.

Outros cientistas, como Simon Cook, bioquímico do instituto Babraham, próximo a Cambridge (Inglaterra), se mostram mais céticos e afirmam que, embora os resultados do estudo sejam interessantes, não demonstram que há uma divisão celular suficiente para provocar câncer.


30/08/2007 - 09h49 - UOL Noticias