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sábado, 29 de novembro de 2008

Exposição esporádica à radiação não configura periculosidade.

"As ocorrências com raio-x, vinculadas às atividades da reclamante e com os pacientes que estavam ao seu cargo, não eram habituais, de molde a autorizar o deferimento da vantagem".

Este entendimento fundamentou a decisão da 2ª Turma do TRT-RS que, na matéria relativa a adicional de periculosidade, deu provimento ao recurso ordinário do Hospital Nossa Senhora da Conceição S.A. contra decisão da 10ª Vara do Trabalho de Porto Alegre.

A reclamante obteve, em primeira instância, a concessão da vantagem, em sentença conformada com a conclusão do perito e o enquadramento da atividade em portaria do Ministério do Trabalho. O Relator, Desembargador João Pedro Silvestrin, discordou do laudo, entendendo que, pelo fato de a autora trabalhar no turno da noite, não realizava tantos exames com o raio-x móvel como denunciou o perito.

Além disso, restara demonstrado nos autos que apenas dois pacientes ficavam sob responsabilidade direta da trabalhadora, e que, enquanto o aparelho funcionava, ela postava-se atrás de um biombo de chumbo.

Concluindo que "os eventuais efeitos nocivos da radiação restaram anulados ou consideravelmente reduzidos pela proteção", a Turma absolveu o hospital do pagamento do adicional. Cabe recurso da decisão.


( RO 00452-2006-010-04-00-0 )



Fonte: Tribunal Regional do Trabalho 4ª Região Porto Alegre, 10.11.2008

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Ac. Trabalho - Impactos após o Acidente.

Recomeço profissional: uma tarefa muito difícil

Nem sempre recomeçar profissionalmente é uma escolha, às vezes, é a única opção. Escolha ou não, a mudança é um desafio. Para quem passa pela experiência de acidente de trabalho ou qualquer doença provocada pelas atividades desenvolvidas no trabalho, compreende a dificuldade em começar tudo novamente. Exaustão, depressão, amputações, lesão por esforço repetitivo (LER) e outros fatores podem prejudicar a capacidade laboral dos trabalhadores.

Empresas, como a Caixa Econômica Federal, já desenvolvem programas de readaptação profissional, porém, é o Ministério da Previdência Social, através de serviços prestados pelo INSS (Instituto Nacional do Segura Social), que proporciona a reabilitação na maioria dos casos. Todo trabalhador com carteira assinada ou que contribua com o INSS se torna segurado da Previdência. Não há tempo mínimo de carência para que o segurado tenha direito ao serviço.

A técnica responsável pela Reabilitação Profissional da Previdência Social em Natal, Marisa Dantas Guedes de Moura, afirma que muitos trabalhadores nem sabem da existência do programa, e muito menos que podem ser beneficiários. Os trabalhadores são encaminhados ao serviço quando há necessidade. "Se o trabalhador adoece, os 15 primeiros dias são pela empresa e a partir do 160 dia é pela Previdência Social", explica Marisa Dantas.

Somente em 2008, foram registrados 790 casos entre auxílio doença e auxílio acidentário. Destes, 505 segurados foram encaminhados para o Programa de Reabilitação Profissional. Entre janeiro e outubro de 2008, 340 clientes voltaram ao trabalho. Dos quais, 184 retornaram à empresa de origem com uma nova função e 112 retornaram para a mesma função, porém com atribuições distintas. Apenas 44 segurados voltaram à empresa desempenhando as mesmas
atividades.

A partir do momento em que o trabalhador está na Previdência ele é submetido à perícia médica. "O perito acompanha o segurado e dá um prazo. Se na época da alta, o perito ver que ele (o trabalhador) não tem condições de voltar para a função ou está com alguma seqüela daquilo que aconteceu, ou acidente ou doença profissional, o perito encaminha para a reabilitação", esclarece Marisa.

O trabalhador é avaliado num contexto global para determinar qual encaminhamento será dado ao segurado. Desta forma, as seqüelas deixadas no trabalhador irão determinar se ele mudará de função dentro da empresa ou permanecerá na mesma função, porém, com atividades diferenciadas. Célida Socorro Freire Martins, fisioterapeuta da Previdência Social, diz que uma equipe multidisciplinar trabalha em todo o processo de reabilitação do profissional.

A fisioterapeuta relata que há certa incompreensão por parte dos profissionais em relação à redução, limitação ou mesmo incapacidade de voltar ao trabalho. Alguns segurados esperam ser aposentados por invalidez. Entretanto, o grande objetivo do programa é requalificar o profissional. A classe dos motoristas profissionais é a mais resistente à mudança de função,
devido ao salário diferenciado que recebem.

Marcos Guimarães Kleming, médico chefe do Gerenciamento de Benefício por Incapacidade, esclarece que a perícia avalia a incapacidade de trabalho dos segurados da Previdência. "O princípio da perícia médica é afastar as pessoas que estão necessitando ser afastadas. E quando ela restabelece a condição de trabalho, a capacidade laborativa será avaliada", diz
Marcos Kleming.

O médico explica que algumas doenças não interferem no desempenho profissional e por isso a importância do acompanhamento durante a reabilitação. "É levado em conta o perfil profissiográfico do trabalhador", afirma o médico. Às vezes, as pessoas precisam aprender outra profissão.

Porém, ele enfatiza que nem todas as pessoas que passam pela perícia médica entram no programa de reabilitação, somente quando há impossibilidade em trabalhar. Mesmo participando do programa de reabilitação, alguns fatores podem dificultar a reinserção no mercado de trabalho, como a baixa instrução do profissional ou idade superior a 40 anos.

Guia turístico deixa o trabalho após exaustão

O paulista, Ricardo Savalli, tinha uma rotina diária de mais de 20 horas de trabalho. Ele nem pensava em finais de semana para descanso. O guia de turismo trabalhava com grupos estrangeiros que vinham passear pelo litoral norte-rio-grandense
. Em junho de 2002, o telefone tocou, Ricardo tentou se levantar para atender, mas, não conseguiu. Todos os músculos do corpo "travaram" de uma só vez. O diagnóstico veio em seguida: Síndrome de Burnout.

A síndrome se caracteriza por um estado de exaustão prolongada e um quadro depressivo avançado. Após os primeiros 15 dias afastado da empresa, Ricardo entrou no auxílio doença da Previdência Social. Durante seis anos ele esteve sob o auxílio recebendo acompanhamento de psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais e fisioterapeutas, além do benefício financeiro.

Em setembro deste ano, a equipe médica avaliou o quadro de Ricardo e determinou que o segurado estava pronto para ingressar no programa de reabilitação profissional. Hoje, aos 42 anos, Ricardo está animado com a possibilidade de ser novamente inserido no mercado de trabalho. Atualmente, ele busca qualidade de vida acima de tudo. E, embora continue com vínculo empregatício com a empresa Luck, seguirá um novo rumo profissional.

"Hoje eu faço bacharelado em fisioterapia na FARN (Faculdade Natalense para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte) e o programa de reabilitação me encaminhou para um curso de Técnico de Segurança, no Senac, até como uma resposta à minha doença. A ausência de um técnico de segurança na empresa foi um dos motivos para eu ter uma carga de trabalho excessiva", afirma Ricardo.

O paulista comenta que é fácil criticar o governo, mas, num momento como este, vivenciado por Ricardo, ele ressalta como a Previdência Social é fundamental para a vida do trabalhador. Além disso, ele elogia o trabalho desenvolvido pela equipe que o acompanhou. "O que eterniza uma pessoa é a diferença que ela faz na vida de outra pessoa", conclui emocionado Ricardo Savalli, se referindo ao médico psiquiatra que o acompanhou no programa, Cézar Augusto de Autran Nunes,
já falecido, a quem ele dedica sua recuperação.

O industriário Carlos Eduardo dos Santos, 49 anos, está desde julho de 2007 no programa de Reabilitação Profissional. O estresse causado pelo intenso trabalho em uma prestadora de serviço da Petrobrás, desencadeou algumas doenças no trabalhador. Inclusive, algumas crises de convulsão assustaram Carlos, que estrou num estado depressivo.

"Por duas vezes tentei suicídio nesta fase inicial do programa. É muito difícil encarar uma nova fase de trabalho na minha idade. Já estou com quase 50 anos e não é fácil mudar de profissão", afirma Carlos Eduardo. Ele acredita que esta dificuldade em aceitar o novo atrasou sua entrada num curso de capacitação.

Há dois meses, o industriário está inscrito no curso de Montagem e Manutenção de microcomputadores do Senac. "Não imaginava que me identificaria tanto com o curso", relata Carlos Eduardo. Ele se diz 75% satisfeito com a Previdência Social e está mais animado com a mudança.



Fonte: Tribuna do Norte

Reflexões sobre o acidente de trabalho

Júlio César Vasconcelos

Falar de acidente de trabalho é falar sobre preservação da vida do ser humano. O Brasil está entre os países com maiores índices de mortes por acidentes do trabalho no mundo, ficando atrás da Índia, Coréia do Sul e El Salvador. Em 2004, cerca de 2.800 trabalhadores perderam a vida. Afinal, surge uma pergunta que não quer calar: de quem é a culpa por essa tragédia? O que deve ser feito para reverter este quadro?

A vida nos oferece algumas lições que, com um pouco de reflexão, pode nos ajudar a raciocinar sobre este fato. Uma experiência vivida por mim durante a década de 90, quando trabalhava no norte do Estado do Pará, talvez sirva de exemplo e possa corroborar.

A história começa com um passeio de barco pelo Rio Trombetas. Esse é um rio de águas profundas, que em alguns locais chega a atingir cerca de 60 metros de profundidade e as margens se distanciam tanto que fica difícil de enxergá-las.

O transporte era um barco de médio porte que pertencia a um amigo de trabalho e tinha capacidade para 20 passageiros. Logo que deixou o porto, eu e alguns amigos acomodamo-nos confortavelmente na proa e começamos a relembrar alguns “causos” mineiros, degustando uma cerveja gelada e apreciando a beleza da paisagem. Depois de algum tempo, de repente, ouvimos um barulho estranho no compartimento do motor e um grito lancinante do barqueiro ecoou pelo ar:

- O barco está afundando!

Saímos correndo assustados em sua direção e no nosso atropelo percebemos que estávamos com os pés molhados e que a água que invadia o barco já começava a tomar conta do casco. A ventoinha do motor, com seu movimento de rotação, formava um enorme chafariz jorrando água para todos os lados.

O grito do barqueiro ecoou novamente de maneira cortante pelo ar, ditando ordens para todos nós, ainda meio embasbacados:

- Atenção! Se não agirmos rápido, o barco vai afundar e estamos todos perdidos, pois vocês não sabem nadar e não temos coletes salva-vidas no barco. Portanto, obedeçam às minhas ordens!

Imediatamente, em tom firme, dirigiu-se a cada um de nós:

-Você, veja se consegue descobrir por onde a água está entrando e tente vedar. Você, assuma o controle da bomba de exaustão. Vocês dois, apanhem aqueles baldes e comecem a jogar água para fora. E você, venha me ajudar a virar o leme e tentar levar o barco para a margem.

Sem tempo nem para pestanejar, saímos todos correndo, cada um assumindo seu posto, segundo a orientação que nos tinha sido repassada. De maneira intensa e ininterrupta, cada um cumpriu sua tarefa, exatamente conforme tínhamos sido orientados. Em pouco tempo conseguimos aportar e pulamos rapidamente para a margem. O barco foi afundando lentamente até se estabilizar, metade submersa e outra fora d’água. Ficamos por ali um bom tempo observando a cena e meditando sobre a tragédia da qual tínhamos escapado.

Voltando ao nosso quadro acidentário, que lições podemos tirar desse fato? Afinal, o que tem a estória do barco com o acidente do trabalho?

Lição primeira: prevenção em primeiro lugar! Não inspecionamos o barco antes de entrar; o furo já existia! Com certeza, com uma boa inspeção poderíamos tê-lo detectado. Você inspeciona seu equipamento ou veículo antes de iniciar seu trabalho? Cuidado por que você pode estar entrando em “barco-furado”.

Lição segunda: procure a causa fundamental do problema! Após orientados, um de nós ficou encarregado de descobrir o furo e tentar vedá-lo, para, com isto, impedir a entrada de mais água no barco. Você procura saber a razão dos acidentes acontecerem na sua área? Se não, procure, por que não adianta ficar sempre “tirando água de barco furado”.

Lição terceira: utilize sempre os equipamentos de proteção individual. Por que o barco não tinha coletes salva-vidas? Depois do fato, descobrimos que o barco estava sendo vendido, por isto os coletes tinham sido retirados; conseqüentemente quase morremos afogados. Você utiliza seus EPI’s de maneira adequada? Cuidado! Pois se você se esquecer deles pode “morrer afogado”.

Lição quarta: cumpra os procedimentos. Obedeça às lideranças. No auge da crise, o cumprimento estrito e imediato das orientações do barqueiro foram fundamentais. Você conhece e cumpre seus procedimentos operacionais? Obedece às orientações de seu líder imediato? Se não, repense seus atos, porque o “barco pode afundar”.

Lição quinta: trabalhe em equipe. Quando orientados pelo barqueiro, cada um de nós assumiu o comando de sua parte. O trabalho uniforme e sintonizado levou o barco para a margem sem afundar. Você trabalha em harmonia com seus colegas de trabalho? Pense sobre isto, pois como demonstrado, é isto que não deixa “o barco afundar”.

Última lição: trace um objetivo e acredite no que faz. O barqueiro tinha uma visão, uma meta: atingir a margem. Olhamos juntos para o mesmo lado e juntamos todos os nossos esforços para chegar lá. E chegamos! Você sabe aonde quer chegar?

A lição fundamental é bem simples, basta assumir que a sua segurança e de seus colegas de trabalho sempre vão estar em primeiro lugar. Basta assumir o compromisso com você mesmo de que, não importa o que aconteça você vai retornar inteiro para casa depois da sua jornada de trabalho.

Como escapar dos perigos das enchentes

As cidades crescem. Falta planejamento, fiscalização e informação. A necessidade, muitas vezes, empurra as pessoas para áreas de risco. Por todo o país, as armadilhas se multiplicam.

São muitas as armadilhas, além das encostas que podem deslizar, por causa do desmatamento, há também avenidas construídas às margens de rios que tradicionalmente transbordam. Tem também os buracos que ficam escondidos nos alagamentos, bueiros sem tampa e córregos sem proteção. Por isso, quem é surpreendido pela chuva forte deve ter sempre em mente uma regra: não se arriscar.

O muro de contenção não agüentou a força das águas, e parte dele criou uma represa onde deveria ter espaço para a água fluir. Um córrego transborda com freqüência quando há chuva forte em São Paulo.

Com a construção de avenidas ao longo dos rios, uma tradição em várias cidades do Brasil, o espaço para a vazão não é respeitado. “Ao longo da água deve se manter uma faixa de 30 metros de vegetação natural, justamente para acomodar essa expansão do rio”, diz a urbanista Maria Lúcia Refinetti Martins.

O terreno da margem de pouco em pouco fica mais vulnerável e a erosão começa a aparecer. “A terra é levada para o fundo do córrego”, explica a urbanista.

Em muitas cidades as armadilhas estão bem próximas dos moradores. Nesta época do ano, por causa da chuva, algumas obras que deveriam proteger se tornam uma ameaça.

Bueiros sem manutenção são outra ameaça comum. Em Vinhedo, no interior de São Paulo, Rafael foi arrastado pela enxurrada e caiu dentro de um bueiro, que é motivo de uma reclamação antiga do condomínio vizinho. O menino foi parar no fim da tubulação que fica a um quarteirão de distância. Os bombeiros conseguiram resgatá-lo com vida.

Quem está nas ruas, muitas vezes, é surpreendido pela velocidade da água da chuva. Na dúvida, sem saber como agir, a maioria das pessoas enfrenta situações perigosas.

Nessa hora, o que é melhor: seguir em frente, parado ou voltar? “Como medida de segurança, você não passa acima de um terço da roda. Acima disso, já estaria se arriscando”, explica o tenente do Corpo de Bombeiros Diógenes Martins Munhoz.

Em segundos, o motorista indeciso pode se ver preso no meio da correnteza. O que fazer? “Você engata a primeira macha, mantém a aceleração constante, porque é primordial que esse carro não morra, não venha a ter pane elétrica. Aí sim teria problema maior ficaria ilhado”, recomenda o tenente do Corpo de Bombeiros.

E o pedestre por onde ir? É bom ficar longe dos cabos de energia. As chuvas acompanhadas de ventos fortes costumam derrubar árvores e a rede elétrica. “É primordial que você não avance no terreno desconhecido. Em hipótese alguma atravessar área alagada ou de enchente. Aguarde o Corpo de Bombeiros”, afirma Diógenes Martins Munhoz.

A recomendação básica dos bombeiros é mesmo essa: nunca se arriscar em terreno desconhecido, durante um alagamento.

Mas, se a pessoa acabar ficando presa dentro de um carro no meio de uma enchente, não há uma dica padrão. É preciso avaliar se a água está baixa e calma, esperar o resgate dentro do carro. Se subir rápido demais ou se a correnteza está muito forte, decidir abrir o vidro ou subir no capô.


Fonte: Bom Dia Brasil - 26/11/2008

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Você trabalha em equipe ou trabalha junto?

Você trabalha em grupo / equipe ou, ainda faz como a maioria, anda trabalhando junto ? Você já parou para pensar nisto?

O que você anda fazendo nas reuniões e atividades de grupo na sua empresa ? Qual tem sido a resultado obtido por tanto esforço?

Ah ! Você não tem tempo para responder?

Vai a elas somente porque é obrigado. Assim que puder manda o estagiário novo que está contratando representá-lo. Porém, não descuide do assunto. Esta questão é muito importante e valiosa. Deve ser discutida continuamente nas empresas, escolas e grupos sociais. A imagem que se construiu ao longo do tempo é de que o trabalho em grupo ou em equipe requer obrigatoriamente um local, uma sala para que todos estejam juntos a fim de realizar uma determinada tarefa.

E, quando falamos no ambiente das empresas, por exemplo, esta visão ganha reforço ao permitir que se valorizem estes trabalhos. Nelas ocorrem em sistemáticas e cansativas reuniões onde, apenas alguns efetivamente trabalham e, os demais apenas estão presentes. Alie-se a tudo isto o fato das normas de gestão da qualidade, por exemplo, freqüentemente, requererem a adoção de trabalho em equipe com atuação de equipes multidisciplinares. E, o que temos visto é verdadeiramente um trabalho em equipe ? O que seria então, o trabalho em equipe ?

As áreas de recursos humanos não estão preparadas, via de regra, para ensinar a trabalhar em grupo. Nem mesmo elas conseguem fazê-lo. E muito menos as áreas de qualidade que têm requisitado (através das tais normas) que esta postura seja adotada e ocorra nas empresas. Tentam desta forma envolver as demais áreas através de reuniões / atividades de solução de problemas, análises de riscos, planejamento da qualidade, desenvolvimento de processos e outras tantas atividades. Trabalhar em grupo é uma competência que as empresas precisam prever no seu plano anual de treinamentos e, que devem realizar freqüentemente, assim como proporcionar o aperfeiçoamento contínuo dos seus funcionários.

Trabalhar em equipe ou grupo não requer necessariamente a presença de todos os membros do time num mesmo espaço físico a toda hora. Trabalhar em equipe, não obriga que todos os participantes façam obrigatoriamente as mesmas atividades durante horas e horas. Trabalhar em equipe não obriga a escolha de um líder que se posicionará como cobrador de ações que somente ele ou poucos se envolveram. Ou ainda, aquele que tem a incumbência de realizar sob sua batuta aquelas intermináveis e chatas reuniões que não contribuem em nada. Apenas nos proporcionam atrasos nas nossas atividades rotineiras e, nos tiram do planejamento do dia. E por conseqüência nos obrigam a ficar mais tempo no escritório - incluindo ai até mesmo os finais de semana.

Trabalho em grupo não é estar na sala apenas porque o chefe está escolhendo quem deve participar. É necessário que ele também seja proativo e oriente o que deve ser feito ou pelo menos o que espera do trabalho.

A visão do trabalho em grupo está sem duvida alguma enraizada na presença física de todos num mesmo ambiente, o tempo todo. Se isto não ocorrer acredita-se que nada será realizado. Aprendemos desta forma e, nunca paramos para pensar se poderia ser diferente. Aprendemos que todos devem discutir sobre tudo, incluindo aquilo em que não se tem conhecimento / competência para tal. É um processo de desconfiança implícita. Se a pessoa faz parte da equipe porque não poderíamos acreditar em seu trabalho ? Por isto, é comum estarmos em reuniões de grupo e, não termos o que fazer, sabendo que na mesa de trabalho há um monte de atividades a serem realizadas. E o chefe também as está cobrando. Isto sem falar no cliente.

É sempre útil enfatizar que algumas reuniões que tratam de tudo talvez devam ocorrer. Em caráter eventual. Mas estas devem ser destinadas a propor / apresentar diretrizes e informações comuns a todos os participantes. As informações para os grupos específicos ou indivíduos devem ser apresentadas à parte, evitando-se assim a polarização e trabalho em dupla numa reunião de grupo. Mesmo quando a disponibilidade é adequada para falar sobre assuntos específicos, libere os demais.

Trabalhar em grupo é ter a clareza dos objetivos a serem alcançados. É ter certeza dos prazos a serem atendidos. Trabalhar em grupo é planejar o rumo a ser seguido por toda a equipe / time. E mais, trabalhar em grupo é dividir estas atividades e responsabilidades a serem realizadas com referencias claras do que deve ser feito. E, definir qual a dependência entre elas. Com isto as reuniões devem ocorrer para resolver as pendências e não para discutir o que fazer o tempo todo. Ou para aprovar o que cabe a cada um dos participantes fazê-lo por sua atribuição. Desta forma as reuniões de trabalho com caráter improdutivo devem ser eliminadas do mapa e, devem ocorrer unicamente para esclarecer atividades, conjugar partes do trabalho, estabelecer diretrizes, comunicar novidades e decisões comuns. As reuniões devem ser minimizadas e, meios como intranet, telefone, e-mails devem ser utilizados para comunicar avanços, decisões menores ou que sejam de interesse de parte do grupo ou mesmo de alguns indivíduos participantes. Contatos e reuniões de duplas ou sub-grupos devem ser incentivadas e realizadas por iniciativa destes sempre que questões devam ser resolvidas entre estes. Não é necessário esperar a reunião geral para discutir particularidades e, deve-se lembrar que nem tudo é importante que todos saibam. Se esta política é necessária deve ser ter um meio de todos acessarem as informações - um diretório no computador central seria uma boa solução.

O papel do líder é coordenar todas as atividades, fazer o elo de ligação entre elas, orientar os indivíduos, encaminhar as atividades para as pessoas corretas, comunicar fatos relevantes, entre outros. As reuniões ocorrem somente quando necessário com todo o grupo e, podem ocorrer com parte do grupo envolvendo apenas aqueles que estão envolvidos. Incluindo-se aí. os grupos externos à tarefa, sub grupos ou até mesmo clientes ou fornecedores.

O mesmo raciocínio vale para trabalhos nos ambientes escolares e universitários. Os estudantes estão contaminados pela vivência das empresas e adotam modelos semelhantes ao utilizado pelas mesmas. Na verdade tudo se tornou senso comum. Todos acreditam que está correto e, ninguém pergunta porque. Os trabalhos são realizados por uns poucos , a exemplo do ocorre nas empresas e, todos aceitam passivamente por não saberem como reconhecer, enfrentar e resolver ou mesmo propor outra alternativa. O círculo vicioso continua após a vida escolar ou acadêmica / universitária com estes mesmos alunos chegando ao mercado de trabalho, na condição de empregados destas empresas. E, desta maneira entendendo ser muito natural a realização de trabalhos em grupos de forma semelhante ou idêntica a que vivenciaram. E , mais uma vez, com poucos resultados.

O incrível desta estória toda é que, em qualquer destes ambientes sempre haverá uma sensação de trabalho não realizado, atividades em atraso, objetivos não atingidos ou não totalmente cumpridos. Sempre haverá uma sensação falsa de que fulano é interesseiro e por isto resolveu fazer tudo sozinho a seu modo. E este por sua vez, sempre estará reclamando que o time não colaborou. Em verdade, faltou diálogo, faltou liderança, faltou iniciativa, faltou motivação, faltou acima de tudo conceitos claros de como se trabalha em equipe. Não podemos admitir que uma pessoa ESTEJA líder, ela deve SER o líder. Por outro lado, não podemos admitir que uma pessoa participe de um grupo e não coloque seu conhecimento, experiências, interesses, disponibilidade em aprender e colaborar a serviço do grupo. E como colocar tudo isto para funcionar ?

A adoção de equipes multidisciplinares requeridas nas normas de qualidade tem proporcionado muito mal entendido. Há um reforço constante de que todos devem estar juntos na mesma sala. É claro que se trata de um grande equivoco. O planejamento de um projeto (de qualquer natureza) deve ter, esta é a visão, condição de contemplar os diferentes pontos de vista ou seja, as interfaces e atividades que devem ser realizadas sob os mais variados aspectos devem se comunicar. Um plano de trabalho deve contemplar todas as particularidades e necessidades multidisciplinares que o grupo apontar. Tudo isto deve ser registrado, ordenado e, os responsáveis qualificados designados para executar. E para realizar, sabemos lá no íntimo, que muitas vezes é melhor estar sozinho. O caráter grupo indica apenas (se podemos assim dizer) que todos entenderam qual é o objetivo, qual é o problema e como farão para chegar lá e, qual é o prazo.

A esta altura podemos concluir que o que praticamos, seja na escola, na universidade, nos grupos sociais, nas empresas não se trata de trabalho em equipe e sim de trabalho junto. Infelizmente tem sido junto apenas na presença física ou cooperação de parte daquele que se intitula grupo e pelo qual as pessoas se reúnem. Ainda tem sido comum observar que as pessoas estão presentes, ouvem, anotam e não sabem o que fazer com a informação - mesmo que seja relevante a sua parte na tarefa - porque não compreenderam o todo ou simplesmente não lhes interessa mesmo. Os líderes precisam estar conscientes disto. E sempre haverá este tipo de situação que é natural do processo de trabalho. Agora você acredita que trabalha em grupo / equipe ou tem a certeza de que trabalha junto ?

Esta é a primeira etapa de um trabalho que se pretende seja ampla e aprofundado sobre o tema trabalho em equipe. Ainda estamos nos passos iniciais. Nos estudos. Se você deseja colaborar com o aperfeiçoamento deste material, se você tem exemplos e casos para contar, se tem opiniões distintas, idéias a cerca do assunto ou apenas deseja se manifestar, envie e-mail para scanossa@uol.com.br.

domingo, 23 de novembro de 2008

Valorize a vida. Viva a paz no trânsito.

Promover a paz no trânsito é muito mais que colocar em prática a direção defensiva. É estar atento a tudo que possa prejudicar as pessoas que estão ao seu redor: pedestre, motociclista, carroceiros, ciclista ou outros motoristas. Cada um tem que fazer a sua parte.

A Cartilha Guia do Motorista traz dicas especiais para você dirigir com mais segurança e evitar acidentes. Também traz importantes dicas para evitar acidentes de crianças no carro. Você também pode mostrá-la para seu filho ou para outras crianças, porque é desde pequeno que se aprende

Pedestres têm a preferência sempre. Redobre a atenção nas entradas e saídas de garagens. Ameaçar pedestres com manobras perigosas é uma infração gravíssima com multa de R$191,54 e suspensão do direito de dirigir. Se for ultrapassar, faça-o com precisão e rapidez. Não ultrapasse em curvas, lombadas ou em locais proibidos. Reduza a velocidade e use faróis baixos à noite, em neblina ou chuva, nunca acenda o pisca-alerta com o veículo em movimento. É um erro.


Aproxime o veículo da calçada para embarcar ou desembarcar passageiros e evite em fila dupla. O embarque e desembarque de crianças devem ser feitos pelo lado da calçada e nunca com o carro em movimento. Quando chegar ao local desejado, nunca deixe a criança sozinha no carro por curiosidade a criança pode mexer nos equipamentos do carro, que podem colocar o veículo em movimento e causar um acidente.
Usar o acostamento para fazer retornos ou para entrar à esquerda em estradas e rodovias é tão importante, quanto, fazer revisões periódicas em seu veículo, mantendo-o em boas condições de funcionamento.


O licenciamento e a documentação do seu veículo devem estar sempre em dia.

Ande sempre com os documentos originais da Carteira de Identidade (se a sua Carteira Nacional de Habilitação for antiga) e da CNH, além de cópias autenticadas dos outros documentos.

Nunca faça uso de bebidas alcoólicas ou medicamentos que prejudiquem seus reflexos aos dirigir. Se estiver cansado, com sono ou estresse, sua atenção também fica comprometida ao volante.

Atenção: Todos os passageiros do veículo têm que usar sempre cinto de segurança.

Aumente seu campo de visão no trânsito mantendo a distância de aproximadamente 4 metros do veículo à sua frente.

Transportar crianças em automóvel sem cumprir as normas de segurança especiais é uma infração gravíssima, com multa e retenção do veículo, até que a irregularidade seja corrigida. Crianças com até 10 anos ou menos de 1,45m ficam no banco de trás, longe das portas. Adapte o cinto ao tamanho da criança. Os cintos de três pontos são os mais garantidos.

Crianças menores de 4 anos devem ficar em cadeirinhas especiais, desenvolvidas de acordo com a idade. Não basta apenas ter o assento, saiba como utilizá-lo.


Mantenha as janelas traseiras do veículo semi-fechadas e as portas travadas. É melhor evitar que a criança coloque a cabeça ou o braço para fora da janela repentinamente e seja atingida por outros veículos, árvores ou postes.

Evite discussões com as crianças no carro. Combine antes como elas devem se comportar no veículo, educando-as desde pequenas sobre as leis de trânsito.

O porta-malas dos carros e a carroceria de caminhonetes são para transportar cargas e não pessoas. Preserve a segurança dos passageiros, principalmente das crianças e evite multa e apreensão do veículo.

Em caso de acidentes, preste socorro imediatamente às vítimas e facilite o trabalho dos Agentes de Trânsito para não levar multas e 7 pontos na Carteira de Habilitação.

Preserve a vida.

Seja hábil, atencioso e responsável no trânsito. Use sempre a direção defensiva.

Respeitando essas regras você evita multas e apreensão do seu veículo.

Conheça, conserve e respeite as leis e sinais de trânsito. Seja um motorista consciente

SINTESP: Tecnólogo em Segurança do Trabalho

Nos últimos anos, temos nos deparado com o surgimento de diversos cursos com habilitação para tecnólogo em segurança do trabalho. Isso tem colocado os interessados em fazer esse curso em situação de total confusão sobre a legalidade de inserção no mercado de trabalho.
O Ministério do Trabalho e Emprego, historicamente, adota o princípio da não regulamentação de nova profissão que conflite com funções de outra profissão já existente. Nesse contexto, é sabido que já existem profissões regulamentadas com funções específicas para a área de segurança do trabalho.
Essas funções cabem aos técnicos de segurança do trabalho, em nível médio, e aos engenheiros de segurança, em superior. Percebe-se que ocorre conflito de competências e de funções entre esses dois profissionais, torna-se, assim, fácil concluir que a criação de uma terceira profissão para ocupar as mesmas bases de funções acirraria ainda mais este quadro. Além de representar uma quebra de princípio para regulamentação de profissões.
Fica evidente que os interressados em vender o curso de tecnólogo, que defendem a regulamentação dessa nova profissão, não são comprometidos com as relações de trabalho e com uma política de cursos profissionalizantes , por se tratarem de estabelecimentos de ensino que visam apenas vender um produto.
O “curso de tecnólogo em segurança” é visto, dessa forma, como alternativa de receita já que os cursos de formação de técnico de segurança estão esgotados. Esse esgotamento se dá pelo fato de que no Estado de São Paulo, nos últimos 10 anos, o número de escolas de formação de Técnico em Segurança saltou de 10 para 280. Isso resultou em uma oferta de profissionais excessivamente maior do que o mercado de trabalho necessitava, chegando a dados concretos de mais de 35% dos técnicos de segurança formados sem oportunidade de inserção no mercado de trabalho. Chegou-se ao absurdo de uma classe inteira de uma Escola, formada há 3 anos, onde nenhum profissional conseguiu até o momento o 1º emprego como Técnico de Segurança do Trabalho.
Diante deste quadro, indaga-se qual o papel do MEC, das Secretarias Estaduais de Ensino e do Conselho de Educação em não conter este quadro. O que se verifica é o desinteresse destes órgãos do governo, servindo apenas como depósitos de planos de cursos e aos interesses comerciais destes estabelecimentos de ensino, assessorados por profissionais irresponsáveis. Os vendedores destas iniciativas junto a estabelecimentos de ensino e os proprietários desses locais deveriam ser penalizados em esferas como MTE, MPT e Defesa do Consumidor.
É sabido, ainda, que para execução das ações técnicas em segurança e saúde do trabalho, conforme a NR-4, há o SESMT composto por 4 profissões - Técnicos de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança, Médico do Trabalho e Enfermagem do Trabalho. No entanto, experiências têm demonstrado que, de acordo com as especialidades, mais de 20 outras profissões poderão fazer interface de forma complementar. Nesse quadro, o “tecnólogo em segurança” é absolutamente dispensável para não se sobrepor às funções dos técnicos de segurança e engenheiro de segurança do trabalho.
Por outro lado, os estabelecimentos de ensino do Estado de São Paulo, apesar de alertados previamente sobre esta iniciativa irresponsável, vêm persistindo na continuidade destes cursos. Parece haver uma certeza de impunidade em relação ao Estado. Pretende-se, assim, a regulamentação desta profissão junto ao MTE ou reconhecimento dos mesmos como técnicos de segurança, saindo da condição de vendedores de produto enganoso e apostando na possibilidade de sensibilização do MTE em solucionar uma situação eventualmente de caráter social. No entanto, essa regulamentação não atende às necessidades dos trabalhadores, nem visa à segurança dos mesmos. Além de aumentar os problemas ao invés de solucioná-los.
Para quem defende a inserção do tecnólogo como solução de demanda de mercado de trabalho, lembramos que este mercado historicamente carece de especialistas, ou seja, técnico de segurança com especialização por segmento de atividades de produção ou serviços. Assim, técnicos de segurança se especializariam em áreas como construção civil, metalúrgica, química, eletricidade, entre outras. Além disso, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) reconhece como curso de extensão por especialidade aqueles com no mínimo 20% do curso de formação. No caso do técnico de segurança que na sua formação requer 1200 horas / aulas de forma presencial, as especializações deverão ser no mínimo de 240 horas de curso.
Não somos contra a educação continuada e nem do emprego da tecnologia no ensino, porém não podemos admitir esta venda de sonhos, sabendo-se que o tecnólogo de segurança do trabalho não poderá fazer complementação para Engenharia de Segurança por falta de reconhecimento pelo MEC e Sistemas CONFEA / CREA.
Aos que procuram encurtar o caminho para a formação superior de 3º grau, lembramos que conforme dados da OIT e do próprio mercado de trabalho, os profissionais de nível técnico são os mais requisitados, havendo uma carência de mão de obra técnica no mundo. Assim sendo, nós, técnicos de segurança do trabalho, devemos investir na auto-estima e na especialização, sem entrar em modismo ou jogo de interesse especulativo, que não leva em conta os princípios de defesa da preservação da saúde do trabalhador de forma responsável.
Vale lembrar ainda que se a solução para implementação das ações técnicas no Brasil dependesse somente de profissionais de nível superior, discurso de quem defende a profissão de tecnólogo como substituto natural do técnico de segurança no futuro, a lógica seria acabar com a profissão de técnico de segurança, deixando o espaço para que o engenheiro de segurança resolvesse todos os problemas de segurança do trabalho.
Portanto sejamos socialmente responsáveis. E os que se sentirem enganados, devem buscar reparação dos prejuízos morais e econômicos, por ação ou omissão dos diretamente responsáveis. O conformismo e imobilismo são nossos principais inimigos e base de sustentação dos especuladores da boa fé dos cidadãos do bem.

Armando Henrique
Presidente - SINTESP