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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Classificação dos produtos perigosos

Descrição das classes de risco de produtos perigosos, conforme definição definida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

De todos os segmentos que trabalham com produtos perigosos, segundo as estatísticas disponíveis no Estado de São Paulo, as atividades realizadas no transporte rodoviário são as que mais tem contabilizado ocorrências envolvendo acidentes com vazamento de produtos perigosos para o meio ambiente. Estes veículos circulam por áreas densamente povoadas e vulneráveis do ponto de vista ambiental, agravando assim os impactos causados ao meio ambiente e à comunidade, quando dessas ocorrências.

Liberações acidentais de produtos químicos no meio ambiente, dependendo das características físicas, químicas e toxicológicas dessas substâncias, podem originar diferentes tipos de impacto, causando danos à saúde pública, ao meio ambiente, à segurança da população e ao patrimônio, público e privado. Assim, a legislação vigente determina que todos os veículos que transportam produtos perigosos devem portar informações que facilitem a identificação dos produtos transportados e de seus respectivos riscos.


Uma das primeiras ações a ser executada em um cenário acidental envolvendo o transporte rodoviário de produtos perigosos, é o da pronta classificação e identificação dos produtos envolvidos. O acesso às informações relativas às características físicas e químicas do produto, irá subsidiar as equipes na imediata adoção das medidas de controle, reduzindo os riscos para a comunidade, aos próprios atendentes da ocorrência e ao meio ambiente.

CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS

Os produtos perigosos são classificados pela Organização das Nações Unidas (ONU) em nove classes de riscos e respectivas subclasses, conforme apresentado na Tabela 1.

Tabela 1 – Classificação ONU dos Riscos dos Produtos perigosos
Classificação Subclasse Definições
Classe 1
Explosivos
1.1
Substância e artigos com risco de explosão em massa.
1.2
Substância e artigos com risco de projeção, mas sem risco de explosão em massa.
1.3
Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de explosão ou de projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão em massa.
1.4
Substância e artigos que não apresentam risco significativo.
1.5
Substâncias muito insensíveis, com risco de explosão em massa;
1.6
Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa.
Classe 2
Gases
2.1
Gases inflamáveis: são gases que a 20°C e à pressão normal são inflamáveis quando em mistura de 13% ou menos, em volume, com o ar ou que apresentem faixa de inflamabilidade com o ar de, no mínimo 12%, independente do limite inferior de inflamabilidade.
2.2
Gases não-inflamáveis, não tóxicos: são gases asfixiantes, oxidantes ou que não se enquadrem em outra subclasse.
2.3
Gases tóxicos: são gases, reconhecidamente ou supostamente, tóxicos e corrosivos que constituam risco à saúde das pessoas.
Classe 3
Líquidos Inflamáveis
-
Líquidos inflamáveis: são líquidos, misturas de líquidos ou líquidos que contenham sólidos em solução ou suspensão, que produzam vapor inflamável a temperaturas de até 60,5°C, em ensaio de vaso fechado, ou até 65,6ºC, em ensaio de vaso aberto, ou ainda os explosivos líquidos insensibilizados dissolvidos ou suspensos em água ou outras substâncias líquidas.
Classe 4
Sólidos Inflamáveis; Substâncias sujeitas à combustão espontânea; substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis
4.1
Sólidos inflamáveis, substâncias auto-reagentes e explosivos sólidos insensibilizados: sólidos que, em condições de transporte, sejam facilmente combustíveis, ou que por atrito possam causar fogo ou contribuir para tal; substâncias auto-reagentes que possam sofrer reação fortemente exotérmica; explosivos sólidos insensibilizados que possam explodir se não estiverem suficientemente diluídos.
4.2
Substâncias sujeitas à combustão espontânea: substâncias sujeitas a aquecimento espontâneo em condições normais de transporte, ou a aquecimento em contato com ar, podendo inflamar-se.
4.3
Substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis: substâncias que, por interação com água, podem tornar-se espontaneamente inflamáveis ou liberar gases inflamáveis em quantidades perigosas.
Classe 5
Substâncias Oxidantes e Peróxidos Orgânicos
5.1
Substâncias oxidantes: são substâncias que podem, em geral pela liberação de oxigênio, causar a combustão de outros materiais ou contribuir para isso.
Classe 5
Substâncias Oxidantes e Peróxidos Orgânicos
5.2
Peróxidos orgânicos: são poderosos agentes oxidantes, considerados como derivados do peróxido de hidrogênio, termicamente instáveis que podem sofrer decomposição exotérmica auto-acelerável.
Classe 6
Substâncias Tóxicas e Substâncias Infectantes
6.1
Substâncias tóxicas: são substâncias capazes de provocar morte, lesões graves ou danos à saúde humana, se ingeridas ou inaladas, ou se entrarem em contato com a pele.
6.2
Substâncias infectantes: são substâncias que contém ou possam conter patógenos capazes de provocar doenças infecciosas em seres humanos ou em animais.
Classe 7
Material radioativo
-
Qualquer material ou substância que contenha radionuclídeos, cuja concentração de atividade e atividade total na expedição (radiação), excedam os valores especificados.
Classe 8
Substâncias corrosivas
-
São substâncias que, por ação química, causam severos danos quando em contato com tecidos vivos ou, em caso de vazamento, danificam ou mesmo destroem outras cargas ou o próprio veículo.
Classe 9
Substâncias e Artigos Perigosos Diversos
-
São aqueles que apresentam, durante o transporte, um risco não abrangido por nenhuma das outras classes.

A classificação de uma substância numa das classes de risco, acima apresentadas, é realizada por meio de critérios técnicos, os quais estão definidos na legislação do transporte rodoviário de produtos perigosos.

Fonte: Departamento de Estradas de Rodagem
do Estado de São Paulo - DER/SP - Diretoria de
Planejamento.

Espaços Confinados: Segurança acima de tudo em espaços confinados

Abertura de poços para prospecção geológica exige medidas de controle rigorosas
“Espaço confinado aplicado aos trabalhos de prospecção Geológica em mineração”, de autoria de Raul Roberto Alle Bezerra, Coordenador de Segurança e Saúde Ocupacional da MMX Corumbá Mineração, trata da segurança em espaços confinados, voltados aos serviços de prospecção geológica em mineração, por meio de pesquisa bibliográfica e de melhorias implantadas, desde o processo de compra até a implantação da mineradora, localizada no município de Corumbá (MS). “Nesse aspecto, é importante conhecer os riscos inerentes aos trabalhos desenvolvidos em espaço confinado e, também, quais as medidas de controle que devem ser aplicadas para que as atividades sejam executadas de forma segura, preservando a integridade das pessoas. Este artigo foi desenvolvido com base nas Normas Regulamentadoras (NR’s) 22 e 33, Segurança e Saúde Ocupacional em Mineração e Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados, respectivamente” , explica o autor.

A prospecção geológica é o alicerce fundamental de qualquer empresa de mineração. É através dela que são mensurados seus ativos financeiros básicos, ou seja, seus recursos e reservas minerais. Consiste em um modelamento físicoquímico e de disposição espacial da sub-superfície, através de métodos indiretos (geofísica) e métodos diretos (sondagem mecanizada, poços e trincheiras) , que permitem a mensuração quanto à qualidade e quantidade de certo bem mineral. Até o presente momento cerca de 80% da prospecção geológica na mineradora foi baseada em escavação de poços de pesquisa:

O geólogo, mediante de mapeamento geológico prévio, determina a abertura de uma malha de pesquisa, que consiste na marcação através de levantamento topográfico dos pontos a serem escavados. A equipe terceirizada, composta por três pessoas, executa escavação manual respeitando o limite operacional de 5 m de profundidade com abertura de 1,5m x 1,5m. O geólogo descreve a geologia das paredes do poço e determina o intervalo amostral, caso necessário. A equipe técnica desenvolve a amostragem, na parede norte (amostragem por canaleta) e transporta o material com auxílio de terceiros até um laboratório físico, cerca de 30 volumes de 20 kg cada, por poço de pesquisa.

O laboratório físico estima a porcentagem das frações granulométricas do material, trata e envia para análise química em laboratório contratado.

Concomitante a essas etapas são desenvolvidas determinações de densidade e um método geofísico que estima a possança e espessura do material avaliado. O geólogo recebe os resultados físico-químicos e compila-os juntamente com as informações geológicas dos poços e formula correlações físico-químicas e também um banco de dados padrão. Esse banco dados dá subsídios para que seja desenvolvido, em software específico, o modelamento geológico, que mensura os recursos e reservas do prospecto em estudo.

“Seguido estes passos, é que temos condições de avaliar a viabilidade, ou não, de aquisição de uma jazida mineral, no caso, de minério de ferro”, explica o autor, que detalha no trabalho toda a metodologia necessária para a escavação dos poços e a realização do trabalho em um espaço confinado, incluindo treinamento dos funcionários e sinalização do local, entre outros aspectos.

“Como a cidade de Corumbá é conhecida pelo calor que faz, adotamos como forma de evitar a desidratação excessiva, a ingestão, pelo período da manhã e a tarde, de um repositor hidroeletrolí tico.
Constatamos que após a adoção desta medida houve um aumento na produtividade e na satisfação por parte dos colaboradores” , informa o autor.

Gerenciamento de riscos
Segundo o autor, ter um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), no caso de mineração, ou um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) bem elaborado é um fator considerável na identificação e monitoramento dos riscos aos quais os colaboradores estarão expostos. Com os riscos identificados e mensurados, é possível dimensionar quais são os EPI’s necessários para a execução das atividades.

O PGR ou PPRA deve ser encaminhado para o Médico do Trabalho da empresa para que seja elaborado o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), no qual devem estar previstos quais os exames complementares, em função dos riscos das atividades, que o colaborador deve realizar, de forma a garantir que esteja apto para a realização dos serviços.

“Gozar de boa forma física não é o suficiente para o colaborador desempenhe suas atividades em espaço confinado. Devem ter o ensino fundamental completo, como requisito de grau de instrução, e estar preparado psicologicamente para a realização deste tipo de serviço. Os treinamentos de segurança são fundamentais para que o colaborador conheça todos os riscos aos quais estará exposto, e as medidas de controle adotadas para que as atividades sejam realizadas de forma segura. O conhecimento prévio da tarefa, bem como o preenchimento bem feito da Análise Preliminar de Riscos – APR e da Permissão de Entrada e Trabalho – PTE são de grande valia na prevenção de acidentes”, destaca.Bezerra explica que como os tipos de acidentes esperados e suas conseqüências serão identificados na fase de antecipação e análise de risco, devem ser previstos os procedimentos e recursos para resgate, primeiros socorros e remoção das possíveis vítimas, como cortes e sangramentos, contusões simples e fraturas, sufocações, picadas de animais peçonhentos, etc.

Além das ocorrências esperadas devem ser avaliados os locais prováveis destas ocorrências. É necessário prever a seqüência do resgate, aplicação dos primeiros socorros e a remoção para o ambulatório da empresa ou para unidade de atendimento externo.