Os casos de LER - Lesão por Esforço Repetitivo - aumentaram quase 600% nos últimos três anos. Os dados são do INSS. Muitos profissionais estão correndo o risco de ficar doentes e não sabem.
A inflamação, que começou nos ombros, e tomou conta do pescoço, incomoda Solange há dez anos. É tanta dor que mesmo depois de uma cirurgia, ela mal consegue mexer a cabeça. "Sinto dores aqui nos ombros, por causa do movimento do caixa, né? Deus me livre, não desejo isso para ninguém", diz a bancária afastada por LER, Solange Maria Campos. Os desgastes dos tendões e músculos, por movimentos feitos várias vezes ao dia, é chamado de LER - Lesão por Esforço Repetitivo. Os números da doença são de assustar: nos últimos 3 anos, os afastamentos do trabalho por conta da LER cresceram quase 600%.
Entre os bancários o problema é considerado epidemia: metade dos funcionários de bancos do estado de São Paulo, já precisou de atendimento médico pelo menos uma vez. Os afastamentos aumentaram porque desde 2007 está mais fácil provar ao INSS a relação entre doença e trabalho. O problema segundo o Sindicato dos Bancários é que muitos profissionais não conseguem se curar.
"Ele se afasta pelo INSS, quando ele volta ao local de trabalho, ele é colocado no mesmo local de trabalho, num mesmo local, na mesma função em que ele adoeceu", afirma o secretário do sindicato dos bancários/SP/Walcir. Especialistas defendem um tratamento multidisciplinar para curar a tendinite e ao mesmo tempo dar apoio psicológico. O cirurgião Gustavo Ruggiero recomenda "todo profissional que trabalha sob pressão precisa de uma válvula de escape".
"Ter uma atividade paralela - um esporte, uma atividade física, algum hobby, alguma coisa que ela consiga ter momentos de relaxamento e que consiga extravassar esse estresse a que ela é submetida", salienta Ruggiero.
Fonte: TV Record