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sexta-feira, 5 de março de 2010

Saúde: Pé diabético

Campanha nacional visa concientizar médicos e pacientes sobre o problema

Ellen Cristie

Várias complicações acometem os pés de portadores


Cerca de 18 milhões de brasileiros têm diabetes,
mas apenas 10 milhões conhecem o diagnóstico



Uma campanha que se inicia agora e deve ser permanente pretende alertar os portadores de diabetes sobre os riscos do descontrole da doença.

O principal foco do projeto, organizado pela
Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia
– Regional Minas Gerais – ,
é o pé diabético, termo usado para o conjunto de lesões e complicações que atingem os pés de pessoas portadoras de diabetes.

Segundo o ortopedista
Benjamim Dutra Macedo,
especialista em pé e tornozelo e coordenador da Campanha de Prevenção do Pé Diabético da entidade,
o objetivo da campanha não é somente informar a população,
mas também conscientizar os médicos
e profissionais da área de saúde.

“Falta conscientizaçã o por parte dos pacientes e dos médicos.

A avaliação deve ser constante, supervisionada por equipes treinadas.
Por falta de informação ou de oportunidade,
muitos pacientes só procuram assistência médica
quando as lesões já estão em estágio avançado
e a amputação torna-se inevitável.”

O especialista, responsável pelo
Grupo de Pé e Tornozelo do Hospital Felício Rocho,
ressalta que o pé, por ser um membro distal,
ou seja, estar mais distante da cabeça,
sofre o impacto do peso do corpo.

Entre os principais problemas do pé diabético
está o fato de que muitos pacientes
não mantêm controlados os índices glicêmicos,
que devem ser inferiores a 120 miligramas por decilitro.

“É grande a chance de lesões nos nervos periféricos,
tanto no que se refere à sensibilidade quanto à parte motora
(dos movimentos).

Além de o diabético já ter predisposição à obstrução das artérias,
que pode ser parcial ou completa,
o paciente que não segue o tratamento corre o risco
de apresentar atrofias musculares nos pés, mãos e pernas.
“Essas atrofias podem provocar a queda da arquitetura dos pés.
Com isso, os dedos começam a se encolher, com posterior desenvolvimento de úlceras.
Se não forem tratadas, as lesões tornam-se maiores,
causando osteomielite (infecção no osso),
com subseqüente quadro de gangrena,
o que leva à amputação”, explica.

RISCOS
Embora tentem preservar ao máximo os membros,
é comum a amputação de dedos, pés e pernas.
Casos não tratados podem levar à morte.
Benjamim destaca que o paciente
deve ser monitorado a cada seis meses ou a cada ano
para que o médico possa identificar a incidência de úlceras,
cãibra, dormência, entre outros sintomas.

Para a detecção da doença,
são feitos exames de curva glicêmica,
além da observação de fatores desencadeantes,
como obesidade (em alguns),
perda de peso (em outros),
hereditariedade, sonolência, excesso de urina etc.
“É essencial também uma equipe multidisciplinar qualificada, formada por ortopedistas com especialização em cirurgia do pé, podóloga, nutricionista, fisioterapeut
a, endocrinologista, angiologista, psicólogo
e cirurgião plástico”,
completa.

Níveis de glicemia

Ideal: até 120 miligramas por decilitro

Sintomas

• Perda de sensibilidade

• Cãibra, dormência ou formigamento (especialmente à noite)

• Excesso de urina

• Sonolência

• Perda de peso

Seqüelas

• Lesão dos nervos periféricos

• Deficiência dos movimentos

• Predisposição ao entupimento de artérias

• Desenvolvimento de úlceras (feridas)

• Atrofia de músculos e tendões (falta de tonacidade)

• Encolhimento dos dedos

• Osteomielite (infecção no osso)

• Gangrena (destruição de parte dos dedos ou do pé)

• Fraturas espontâneas

• Amputação

Prevenção

A principal medida para evitar o pé diabético
é manter o controle da glicemia,
sempre abaixo de 130 miligramas por decilitro.

Outras medidas são:

dieta saudável e cuidado extremo com os pés:


Não cortar as unhas com tesoura curva ou alicate;
a tesoura deve ser reta e usada sempre depois do banho.


Não retirar a cutícula dos dedos


Manter os pés sempre hidratados


Não andar descalço


Não usar chinelos de dedo


Fazer auto-exame sempre depois do banho
para verificar a incidência de rachaduras

EXPOSIÇÃO AO CALOR

A Norma Regulamentadora número 15 (NR-15 – Atividades e Operações Insalubres), no Anexo 03, estabelece critérios e procedimentos para a avaliação da exposição ocupacional ao calor que implique sobrecarga térmica ao trabalhador, com conseqüente risco potencial de dano à sua saúde. Basicamente, o critério adotado é o cálculo do chamado Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG), dado pelas seguintes expressões:

IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg (ambientes internos ou externos sem carga solar direta)

IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs (ambientes externos com carga solar direta)

onde, tbn é a temperatura de bulbo úmido natural em °C;

tg é a temperatura de globo em °C;

tbs é a temperatura de bulbo seco (temperatura do ar) em °C.

O valor do IBUTG (média ponderada no tempo, em °C) adotado como limite máximo de exposição ocupacional em um ambiente de trabalho depende da Taxa Metabólica (M) (média ponderada no tempo, em Kcal/h) do trabalhador, a qual é função da atividade que o mesmo exerce. Esse limite máximo representa as condições de calor sob as quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, durante toda a sua vida de trabalho, sem sofrer efeitos adversos à sua saúde. Por exemplo, um trabalhador que tenha atividade de trabalho de carregar pesos ou com movimentos vigorosos com os braços, como o trabalho com foice, tem uma Taxa Metabólica (M) de 425 kcal/h e, portanto, o IBUTG máximo permissível à esse trabalhador é de 25,5 °C. Acima desse valor de IBUTG esse trabalhador estaria executando suas atividades laborais em ambiente insalubre.

A Norma Regulamentadora número 17 (NR-17 - Ergonomia), no que diz respeito as variáveis temperatura, umidade e vento, recomenda algumas condições de conforto para os locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento e análise de projetos, dentre outros. As referidas condições de conforto são:

ii. Índice de Temperatura Efetiva entre 20°C e 23°C;

iii. Velocidade do Ar não superior a 0,75 m/s;

v. Umidade Relativa do Ar não inferior a 40%.

A NR-15 determina que as medições dos parâmetros envolvidos no cálculo do IBUTG sejam feitas no local onde permanece o trabalhador, à altura da região do corpo mais atingida e a NR-17 ressalta que os parâmetros que tratam das condições de conforto devam ser medidos nos postos de trabalho, na altura do tórax do trabalhador. Há procedimentos específicos para realização dessas medidas, no entanto, sabe-se que não é possível, num ambiente de trabalho, fazer medidas de temperatura, umidade e vento, diferenciando as fontes naturais (condições atmosféricas) das fontes artificiais (exemplo: artifícios geradores de calor, como motor, forno, entre outros). Entretanto, os sistemas de meteorologia do mundo inteiro adotam medidas padrões desses parâmetros, estabelecidos pela Organização Mundial de Meteorologia – OMM, através do uso das chamadas estações meteorológicas, de tal forma que as medidas de temperatura e umidade, por exemplo, sejam representativas das condições meteorológicas vigentes, sem a interferência de efeitos locais que artificialmente possam provocar mudanças nessas variáveis. E, a partir da medida dessas e de outras variáveis meteorológicas, a temperatura e a umidade relativa do ar são também previstas com antecedência de até cinco dias, através dos chamados modelos de Previsão Numérica de Tempo (PNT). Utilizando os resultados de um desses modelos (modelo ETA, disponível pelo CPTEC/INPE), apresenta-se aqui a previsão do Índice de Calor (IC) para os próximos cinco dias, juntamente com os possíveis efeitos sobre a saúde do trabalhador. O IBUTG não é apresentado devido a temperatura de globo não ser um parâmetro medido nas estações meteorológicas e conseqüentemente também não ser uma variável prevista pelos modelos de PNT. A Temperatura Efetiva, abordada na NR-17, é obtida a partir das temperaturas de bulbo seco e de bulbo úmido e da velocidade do ar, através de gráficos e tabelas. Portanto, como é inexistente uma fórmula matemática para cálculo da Temperatura Efetiva, esta também não é apresentada no conjunto de produtos que a bordam o tema exposição ao calor.

Ressaltamos, portanto, que as previsões do IC abordam apenas os efeitos atmosféricos não influenciados por características locais nos ambientes de trabalho e, portanto, são direcionados para aqueles trabalhadores que exercem atividades à céu aberto, totalmente expostos ao calor proveniente das condições de tempo. Lembramos ainda que, devido ao fato do IC não fazer uso da temperatura medida pelo termômetro de globo, não é levado em conta a troca de calor devido a radiação. No entanto, o IC é parametrizado (acrescido de aproximadamente 8 °C) para exposição ao calor sob a radiação solar. Além disso, também não se está considerando o metabolismo gerado no desenvolvimento da atividade do trabalhador. Contudo, as informações diariamente renovadas nesse site podem contribuir para o planejamento diário e semanal das atividades laborais, visando evitar ocorrência de doenças em trabalhadores.

Fonte - FUNDACENTRO

A insalubridade por exposição ao calor e umidade

O direito ao adicional de insalubridade (artigo 192 da CLT) pressupõe o enquadramento da condição nos termos do estabelecido pelo Ministério do Trabalho, o que não ocorre no trabalho no campo, a céu aberto, pois exposição aos raios solares, calor ou umidade não significam condições adversas. Assim, a discussão quanto ao adicional de insalubridade em face do labor ao ar livre, mediante exposição à temperatura elevada e/ou umidade, foi resolvida pela Orientação Jurisprudencial nº 173 da SDI-1 do Tribunal Superior do Trabalho, estabelecendo que a exposição a raios solares na atividade a céu aberto não enseja, por si só, direito ao adicional de insalubridade: “em face da ausência de previsão legal, indevido o adicional de insalubridade ao trabalhador em atividade a céu aberto (art. 195, CLT e NR 15 MTb, Anexo 7)”.

O entendimento pretoriano baseia-se no fato de que inexiste dispositivo legal definindo a exposição a raios solares como insalubre. Embora a Portaria MTb nº 3214/78 - NR-15 disponha sobre insalubridade em razão da exposição ao calor, não se pode presumir o trabalho a céu aberto como enquadrado na hipótese. A caracterização da insalubridade depende de perícia técnica, que deve medir os índices de exposição ao agente prejudicial à saúde, não sendo caso dos raios solares, em constante mutação e dependente das variações climáticas. Nestes termos o anexo VII da NR-15, prevendo o laudo de inspeção do local de trabalho, e não constando os raios solares entre as radiações não ionizantes, eis que impraticável a medição da exposição solar em face das condições meteorológicas. É o que define a jurisprudência (TRT 15ª. Região, autos nº 01334-2001-120- 15-00-0): “Não existindo norma do Ministério do Trabalho de classificação quanto à exposição à fuligem e fumaça, radiação solar e agentes meteorológicos para as atividades rurais realizadas a céu aberto, não há como acolher a pretensão do obreiro.”

O Tribunal Superior do Trabalho tem notória e antiga jurisprudência: “ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - EXPOSIÇÃO AOS RAIOS SOLARES - NR 15/MTB, ANEXO 7. Tanto o Anexo 7 da NR 15 do Ministério do Trabalho, como a própria NR 15, submetem a insalubridade jurídica a inspeção e laudo, o que não se compatibiliza com as peculiares condições da sujeição a raios solares. Disso se conclui impertinente a concessão de adicional de insalubridade para o trabalhador em atividade a céu aberto, dada a falta de previsão legal" (E-RR-257.356/ 96.6 e E-RR-259.532/ 96.5, Relator Ministro José Luiz Vasconcellos, DJ 16/04/99).” (RR - 312606/1996. 3).

A inexistência da insalubridade em decorrência da exposição do trabalhador rural à radiação solar, calor ou agentes meteorológicos, decorre, pois, do fato de que as atividades realizadas a céu aberto não estão regulamentadas como atividades insalubres, conforme preceitua a NR nº 15 – atividades e operações insalubres, anexo nº 3 – limites de tolerância para a exposição ao calor, e anexo nº 10 – umidade. Dessa forma, o calor decorrente da exposição aos raios solares não caracteriza insalubridade. Da mesma maneira, a umidade que geraria direito a insalubridade seria unicamente aquela decorrente de alagamento, ou trabalho em local encharcado, capaz de gerar danos à saúde.

Marcia Rodacoski

quinta-feira, 4 de março de 2010

Mortes por gripe suína em BH reacendem alerta

"Não se preocupem. No verão não é época de gripe suína", disseram os médicos à família do universitário Wagner Colini Boy, de 29 anos. O ledo engano foi um dos motivos que levaram Wagner a morrer na segunda-feira em decorrência da doença, tornando-se a segunda vítima do influenza A (H1N1) em Minas Gerais este ano. Revoltados com a lentidão dos diagnósticos e com a falta de preparação da classe médica que atendeu Wagner, parentes do universitário desabafaram durante o velório, que ocorreu terça-feira no Cemitério do Bonfim, na Região Noroeste, e contaram que até mesmos os infectologistas confessaram a eles não saber nada sobre o vírus. "Foram 28 dias de tortura. Ele esteve em vários hospitais particulares, onde disseram que os sintomas não passavam de uma gripe comum. Somente depois de ter sido internado no CTI, em estado grave, que o H1N1 foi diagnosticado. Mas foi tarde demais", lamenta a contadora Elizabeth Colini, prima-irmã de Wagner.

Com muita tosse, febre e diarreia – principais sintomas da gripe suína –, Wagner, que cursava contabilidade na PUC Barreiro e, segundo familiares, tinha uma vida saudável e nem sequer gripava, passou por cinco hospitais particulares, onde médicos o mandaram voltar para casa com diagnóstico de gripe sazonal. "Eles descartavam a hipótese de ser o novo vírus", lembra, indignado, o administrador José Aluísio Vieira, parente do jovem. De acordo com ele, os primeiros sinais de que doença teria atingido Wagner começaram em 16 de janeiro, mas somente no dia 23, com a intensificação dos sintomas, que o universitário foi internado às pressas.

"No dia 25, ele foi para o CTI em coma", conta José Aluísio, acrescentando que, ao ser internado, foi feito o exame para a gripe suína. "Mas o resultado foi indeterminado. Como isso pode ocorrer? Somente no segundo exame, quando ele já estava em estado muito grave, que o outro teste deu positivo para o H1N1", lembra Elizabeth, contando que o rapaz tomou o medicamento Tamiflu, mas de nada adiantou. "O vírus atingiu o pulmão, fazendo com que ele tivesse muita dificuldade para respirar. Ele foi entubado, mas morreu ao ter uma parada cardíaca", acrescenta a prima-irmã do universitário, com a certeza de que o mal silencioso pode ser pior se pensarmos que ele acaba no verão.

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Paulo Roehe, o vírus não foi embora, só houve uma diminuição na incidência dos casos. "No inverno, o fato de as pessoas ficarem mais próximas umas das outras faz com que a transmissão ocorra mais facilmente. Mas aquele que não teve contato com a doença em 2009 corre risco de se infectar. Os que passaram pela doença estão imunes a ela", diz, acrescentando que é uma ilusão pensar que a gripe A só surge em determinada estação. "Se fosse assim, o pessoal do Alasca (EUA) viveria gripado."

Segunda onda

Dos três casos confirmados do vírus em Minas em 2010, dois foram a óbito.

Além do universitário, no sábado a gripe matou uma belo-horizontina de 30 anos, que contraiu a doença em Carajás (PA), onde trabalhava. Ela veio a Belo Horizonte para se tratar e acabou morrendo em um hospital particular da capital. Ainda que as mortes não sejam consideradas por profissionais da saúde como um sinal de que a segunda onda do Influenza A já bate à porta do estado, autoridades se mobilizam para enfrentar os novos casos que poderão surgir.

Nesta quarta e na quinta, técnicos da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) se reúnem com profissionais da saúde para informar sobre a vacinação que começa no dia 8. A expetativa é de que 1,3 milhão de belo-horizontinos sejam vacinados. "Esta semana vamos cadastrar os profissionais de saúde, que vão ser os primeiros a ser imunizados. A ideia é organizar a aplicação da injeção para que o atendimento nos postos e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) não seja comprometido", ressalta o secretário adjunto da SMSA, Fabiano Pimenta.

Na semana que vem, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) volta a acionar o Comitê Estadual de Enfrentamento ao Influenza A (H1N1), que foi criado no ano passado por causa da epidemia, e chegou a se reunir semanalmente. Este ano, as reuniões vão ocorrer, em princípio, a cada 15 dias, para que as autoridades possam avaliar os quadros clínicos da doença no estado. A preocupação não é em vão.

Nada menos do que 1,7 mil pessoas morreram em decorrência do H1N1 no ano passado em todo o mundo; em Minas, foram 145 pessoas que perderam a vida.

Fonte: Luciane Evans Publicação: 24/02/2010 06:51
- Estado de Minas