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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Uma pessoa morre a cada 60 horas no Rio Grande do Sul vítima de acidente de trabalho

Dados mostram que uma pessoa morre a cada 60 horas no Rio Grande do Sul vítima de acidente de trabalho. As maiores incidências ocorrem na indústria da transformação, na construção e no meio rural. O último caso registrado foi na terça-feira, em Esteio. Um menor de 17 anos faleceu, após ter sido atingido por uma escavadeira hidráulica.
O acidente fatal ocorreu em um canteiro de obras na rua São Borja, horas depois de o adolescente ter assumido a função de servente. Moradora de Porto Alegre, a vítima teve morte instantânea.
Marco Antônio Ballejo do Canto, chefe da Seção de Segurança e Saúde do Trabalhador da Secretaria Regional do Trabalho e Emprego, destacou que - apesar da incidência - o Estado registra o menor número de acidentes de trabalho com vítimas fatais da região Sul. "Registramos uma média de 14 mortes para cada 100 mil situações adversas no período 1990 a 2008", frisou. Paraná e Santa Catarina tiveram, no comparativo, 17 óbitos. Considerando o universo de 10 mil acidentes durante o exercício profissional, a média gaúcha ficou em 58 mortes no período. O Paraná teve 88 perdas e, Santa Catarina, outras 152.
O dirigente argumenta que o órgão não mede esforços para garantir a segurança e a preservação da integridade física dos trabalhadores. Atualmente, a fiscalização é realizada por mais de 70 auditores, que atuam de maneira regionalizada, a partir de bases instaladas em dez cidades-polo - Porto Alegre, Viamão, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Caxias do Sul, Passo Fundo, Santa Maria, Pelotas, Rio Grande e Uruguaiana. Segundo ele, não é por falta de rigor nas fiscalizações que os acidentes acontecem. Há casos, inclusive, de interdição temporária de obras em execução para que as situações de risco sejam extintas.
Segundo Canto, o volume de acidentes de trabalho se mantém estável desde 2004. "Mesmo com o crescimento do mercado de trabalho, o número de vítimas não está aumentando - ao contrário do que ocorre no trânsito, onde o crescimento da frota incide para o incremento dos acidentes", comparou. Entre 1996 e 2008, o número de trabalhadores cresceu 46%, enquanto os acidentes de trabalho apresentaram variação de 12%. Os dados de 2009 ainda não foram computados.
O dirigente lembrou que, em 1996, havia 16 mortes por 100 mil trabalhadores no RS. Em 2000, eram 10. Já em 2004, o índice caiu para 7 e, em 2008, para 6. Em 2008, o RS teve 1.424 mortes no trânsito, 1.640 assassinatos, 82 latrocínios e 141 por acidente de trabalho. "Queremos estreitar as relações com engenheiros e técnicos de segurança do trabalho para assegurar a preservação de vidas", disse.
Fonte: Correio do Povo

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