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sábado, 14 de julho de 2007

Médicos pretendem mapear acidentes

Médicos ortopedistas e traumatologistas pretendem levantar dados sobre os acidentes de trânsito ocorridos no País para ajudar as autoridades a mapear as causas desse tipo de acidente que, por ano, vitima milhares de brasileiros. A decisão foi anunciada pelo médico George Bitar, que presidiu o 13º Congresso Brasileiro de Trauma Ortopédico, encerrado ontem.

A preocupação causada pelo número de acidentes no trânsito, que levou 123.061 pessoas a ficarem internadas em 2006, motivou o ato público realizado ontem na Estação da Cidadania, no Campo Grande.

O evento reuniu cerca de 50 pessoas, entre médicos, representantes da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot) e entidades.

‘‘Não pretendemos parar no ato público’’, afirmou Bitar. ‘‘Pretendemos que todos os consultórios de traumatologia do País façam uma conscientização, principalmente os que trabalham em prontos-socorros. Estou propondo que se levante as causas do acidente de cada doente atendido em todo o Brasil, porque, aí, conseguiremos ter um diagnóstico muito mais correto e fornecer isso para as autoridades’’.

GRAVIDADE

Também presente ao ato público, o presidente da Sbot, Marcos Musafio, fez um alerta: ‘‘Nós trabalhamos nos hospitais, recebemos as vítimas do trânsito e sabemos da situação gravíssima da saúde no Brasil. É um tipo de tratamento que seria evitado por uma atitude, um comportamento melhor, principalmente dos jovens’’.

O presidente da Sbot lembrou os gastos que os acidentes de trânsito implicam: ‘‘O dinheiro gasto na saúde - porque o trauma de trânsito traz o seu maior impacto para a área da saúde, que tem que tratar essas pessoas na emergência, no CTI (centro de tratamento intensivo), no centro cirúrgico e depois na reabilitação - é o maior custo em termos de recursos do SUS e a maior despesa também da área privada, totalmente evitável’’.

De acordo com levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (Ipea), por ano, são gastos no Brasil R$ 26 bilhões em traumas de trânsito, principalmente nas estradas (R$ 20 bilhões).

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo Musafio, revelam que morrem, vítimas de acidentes de trânsito, 1 milhão 260 mil pessoas por ano. ‘‘Isso significa uma morte a cada 30 segundos’’, salientou Musafio.

Para o médico, é necessário haver maior envolvimento da sociedade para que seja estimulada uma mudança de comportamento: ‘‘Precisamos estimular um trânsito com paz, mais saudável e mais seguro para toda a população e, principalmente, para os jovens’’.

A associação entre álcool e direção ainda está presente na vida dos jovens, de acordo com o coordenador da Campanha Vida Urgente Baixada Santista, Névio Luiz De Pretto, que também participou do ato público.

‘‘Percebemos, pelo trabalho que temos feito em barzinhos, que muitos jovens atingem um limite muito grande de consumo de ácool e pegam o carro depois’’, lamentou de Pretto.

Jovem no trânsito

Para o jovem brasileiro, a velocidade é consequência da pressa, da bebida, da busca pela adrenalina e pela emoção. A constatação é da pesquisa O Jovem e o Trânsito, realizada pelo Ibope entre os dias 12 e 17 de abril com mil pessoas de 16 a 25 anos de todo o País. O levantamento também revelou que, para 86% dos entrevistados, o comportamento de risco no trânsito é intensificado quando o jovem está em um grupo de amigos. Para 73% deles, a fiscalização eletrônica é o equipamento mais adequado para educar os motoristas. E 61% afirmaram que não se sentem seguros no trânsito, andando de carro ou moto.


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