Pesquisar este blog

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

ESTRESSE VIRA EPIDEMIA

O estresse já é considerado uma epidemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que estima que pouco mais de 90% da população mundial é acometida pelo “mal do século”. Medo, ansiedade, mudanças repentinas, depressão, barulho, violência, trânsito, entre outros são alguns dos agentes estressantes. A princípio, a reação ao estresse é normal e necessária para que as pessoas sintam-se mais estimuladas a vencer os obstáculos do cotidiano. O problema é a sua duração prolongada. Sua intensidade pode levar o indivíduo ao esgotamento e à doença.

Nas últimas décadas, a significativa mudança em todos os níveis da sociedade passou a exigir do ser humano grande capacidade de adaptação física, mental e social. A grande exigência imposta às pessoas pelas mudanças da vida moderna e, conseqüentemente, a necessidade de ajustar-se a essas modificações acabaram por expor os indivíduos a uma freqüente situação de conflito, ansiedade, angústia e desestabilização emocional. Isso pode levar ao estresse.

No ambiente de trabalho, os estímulos estressores são diversos. Experimentamos ansiedade expressiva diante de desentendimentos com colegas, da sobrecarga e da corrida contra o tempo, da insatisfação salarial e, dependendo da pessoa, até com o tocar do telefone. A desorganização no ambiente ocupacional põe em risco a ordem e a capacidade de rendimento do trabalhador. Pesquisa realizada pela International Stress Management Association (Isma) em outubro de 2004 demonstrou que 70% dos brasileiros sofrem de estresse no trabalho, porcentagem semelhante a de países como a Inglaterra e os EUA.

Pressão – O estresse, explica o cardiologista Rogério Magalhães de Araújo, mexe com vários hormônios, inclusive os ligados às catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), responsáveis pela elevação da pressão arterial e da freqüência cardíaca. Por isso, o estresse em exagero pode levar à hipertensão arterial e desencadear arritmias cardíacas, infarto e até morte súbita.

Cólicas abdominais, constipação intestinal, diarréia, dores de cabeça, formigamentos, vertigens, tonturas, falta de ar, sensação de desmaio, alterações menstruais, lombalgias, dor na nuca, irritabilidade, angústia, tristeza, medo, insegurança, pensamentos ruins são alguns dos outros males causados pelo estresse.

O psiquiatra e psicoterapeuta Jorge Elias Daher lembra ainda que o estresse é também responsável pela Síndrome do Pânico, com sintomas psicossomáticos ligados ao coração: ansiedade, taquicardia, sudorese, mãos frias e sensação de morte. “É muito comum empresários apresentarem a Síndrome do Pânico, principalmente se tiverem pré-disposição genética para desencadear outras doenças”, diz.

Para a psicóloga Carlota Ximenes, uma das maneiras de prevení-lo é fazer uma reflexão do momento no qual estamos passando. “É importante refletir sobre o nosso aqui e agora e perguntarmos se é necessário realmente passar por tal situação”, ressalta Carlota. Outra dica da psicóloga é não ser exigente demais consigo mesmo. “Procure escutar mais as suas necessidades e não as impostas pela mídia. Tenha uma boa estima. Ouça músicas mais relaxantes, pratique esportes e tenha uma alimentação o mais saudável possível”, reitera.

Jorge Daher acrescenta que é fundamental procurar ajuda terapêutica, de preferência, a psicanálise, “a mais profunda das terapias”. De acordo com ele, a psicanálise tenta entender o que está no inconsciente do indivíduo e que o leva a apresentar determinados sintomas do estresse. O especialista aconselha ainda a tirar férias anualmente e alerta: “não exceda sua capacidade de trabalho”, aconselha Daher.

Nenhum comentário: