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quinta-feira, 3 de julho de 2008

PADRONIZAÇÃO NA ELIMINAÇÃO DE RISCOS

Os perigos do trabalho em altura, função reconhecidamente de risco e que pode acarretar em acidentes graves, ou até mesmo fatais, preocupava a Volkswagen Caminhões e Ônibus, em Resende/RJ. Em razão disso, a empresa, através do processo de melhoria contínua, identificou a necessidade de buscar alternativas para tornar a função mais segura dentro da fábrica, chegando a um Sistema de Gestão com a padronização do trabalho em altura, tanto com relação a recursos materiais, como na gestão de pessoas, envolvendo to­das as empresas do ­Consórcio Modular Volkswagen Caminhões e Ônibus, ou seja, toda a fábrica. A Volkswagen estabelece exigências básicas de gerenciamento de recursos com ênfase na Segurança do Trabalho, Medicina Ocupacional e Prevenção contra Incêndios, de cumprimento obrigatório para todas as empresas prestadoras de serviços na fábrica. A finalidade é possibilitar a previsão de atendimento destas exigências já na fase de composição de custos, garantindo que todas as relações entre a Volkswagen e suas contratadas ocorrerão dentro de padrões adequados no tocante ao assunto.

O primeiro passo foi identificar as principais carências de informação sobre trabalho em altura nas empresas responsáveis pela manutenção e limpeza técnica da fábrica. Foi feita ainda uma pesquisa com todas as empresas da fábrica que realizam trabalho em altura, buscando as seguintes informações: principais funções e número de profissionais envolvidos, tempo de experiência, última participação em treinamentos internos e externos, etc. O segundo passo foi a realização de uma avaliação crítica em todas as instruções internas sobre trabalho em altura. Por fim, foi elaborada e implantada uma atualização sobre trabalho em altura com todos os empregados que realizam tal atividade. A empresa de grande porte, com uma forte estrutura de SESMT, conseguiu, então, criar mecanismos e ferramentas para que o trabalho em altura fosse feito com segurança e de maneira uniforme. O Case foi considerado o Melhor na Categoria Trabalho em Altura do Prêmio Proteção Brasil 2005.

PESQUISAS - Durante a pesquisa realizada pela Segurança do Trabalho Volkswagen, foram checados também modelos e quantidades de equipamentos para o trabalho em altura utilizados pelas contratadas, além da conservação e manutenção dos mesmos. A equipe da Segurança do Trabalho levantou a necessidade de um nivelamento técnico com os empregados/empresas que realizam trabalhos em altura na fábrica, com o objetivo de homogeneizar os conceitos, desde os funcionários mais novos até os mais antigos. “Haviam muitos empregados novos na empresa, devido às obras de ampliação da fábrica, que possuíam carências de informações de segurança, principalmente relacionadas à utilização de Equipamento de Proteção individual. Eles sabiam, por exemplo, que deveriam utilizar os EPIs devido à obrigatoriedade, mas não tinham a consciência dos riscos que corriam caso não utilizassem os mesmos. Às vezes, quando tinham que se movimentar, tiravam as proteções e esqueciam de colocá-las.”, relata Adriane Quelhas, gestora da Segurança do Trabalho e Prevenção Contra Incêndios da Volkswagen Caminhões e Ônibus.

CAPACITAÇÃO - A partir daí, na terceira fase do processo, a capacitação, foi realizado treinamento com todos os empregados da fábrica aptos e autorizados pelo SESMT da Volkswagen a realizar trabalho em altura, com carga-horária de quatro horas, abrangendo legislação, atividades, riscos e conseqüência do trabalho em altura, análise de imagens externas e internas, isolamento, sinalização, escadas portáteis e andaimes, entre outros temas. Foram realizadas, ainda, atividades práticas. Uma das ferramentas utilizadas para despertar o interesse dos profissionais foi a construção de uma maquete de andaime, que veio a facilitar o entendimento da maneira correta de montar uma estrutura.

A empresa também identificou e implantou, de forma padronizada, novos recursos para proteção contra queda. Foram modificados equipamentos como, por exemplo, o talabarte, onde a fábrica passou a utilizar um com maiores dimensões, de 600 mm. Outro e­xem­plo diz respeito ao capacete, pois, junto dele, passou a ser obrigatório o uso da jugular. Por fim, as instruções internas de segurança da Volkswagen Caminhões e Ônibus foram revisadas, atualizadas (com a inclusão dos novos equipamentos e orientações), e distribuídas aos terceiros e aos parceiros.

PADRÃO - No documento, ainda é destacada a importância de se estabelecer procedimentos para a utilização correta de andaimes, a necessidade de que a instrução seja fornecida a empregados, a obrigatoriedade de realização de Diálogo de Segurança, do cumprimento de inspeções nos andaimes, de retirada imediata de peças danificadas, do uso obrigatório dos EPIs, entre outros itens. Sinalização, forma adequada de montagem da proteção, check list de liberação também integram a padronização do serviço. Como resultado, obteve-se um padrão de segurança nos trabalhos realizados em altura dentro do Consórcio Modular Volkswagen Caminhões e Ônibus e um nivelamento técnico das regras de segurança entre todas as empresas envolvidas. Para o gerente da área de engenharia de manufatura, instalações industriais e manutenção, Adilson Dezoto, atual presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), o sucesso do trabalho de prevenção de acidentes em altura se deve ao reconhecimento, por parte de todo o grupo, da sua importância. “Todo mundo acabou realmente comprando a idéia e a colocando em prática. Houve ganho para os empregados, que precisam garantir sua proteção e integridade, e para empresa, por ter certeza de que as funções são desempenhadas de forma segura. Mas, vale ­ressaltar, que quando isso não é feito de forma tão sistemática e detalhada, sempre corre-se o risco das pessoas estarem suscetíveis a improvisações. A falta de padronização e a improvisação são o caminho mais rápido para acidentes”, avalia.

CASE: Trabalho em Altura
EMPRESA: Volkswagen Caminhões e Ônibus
PRÊMIO: Melhor Case de Trabalho em Altura

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