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domingo, 28 de março de 2010

Acidentes de trânsito mataram quase 150 mil em 20 anos em SP

Os acidentes de trânsito foram responsáveis pela morte de 149.911 pessoas nos últimos 20 anos no Estado de São Paulo, o que equivale à população de um município do porte de São Caetano do Sul (SP). Segundo levantamento da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), os acidentes são a principal causa de morte não natural entre os paulistas, posto ocupado pelos homicídios até 2007.

O levantamento da Seade é baseado em informações enviadas mensalmente pelos Cartórios de Registro Civil existentes nos municípios paulistas, entre os anos de 1988 e 2008. A pesquisa considera todos os óbitos provocados por acidentes, inclusive os que tenham ocorrido fora do local do evento, como em pronto-socorros ou hospitais.

Em 2008, 7.404 pessoas morreram em decorrência dos acidentes de trânsito em São Paulo. Esse número representa uma média de 20 mortes por dia, e uma taxa de 18 mortes a cada 100 mil habitantes.

Houve pequena queda no índice de mortes em comparação aos dados de 2007, quando 7.437 morreram no trânsito (queda de 0,44%). Naquele ano, a taxa registrada foi de 18,3 mortes por 100 mil habitantes.

Segundo o levantamento, os óbitos por acidentes passaram a aumentar continuamente a partir de 1993, atingindo seu ápice entre 1996 e 1997, quando morreram em média 25 pessoas por dia em todo o Estado e a taxa de mortalidade por esta causa chegou a 25,7 óbitos por 100 mil habitantes.

Após a promulgação do novo Código Nacional de Trânsito, em 1998, houve importante redução desse coeficiente: em 1999 foi de 20,1 óbitos por 100 mil. Porém, a partir de 2001, quando os acidentes tiravam a vida de 19 pessoas por dia em São Paulo, essa tendência foi interrompida e os índices permaneceram praticamente constantes até 2006, em torno de 17 mortes por 100 mil habitantes.

A implantação da Lei Seca que aumentou o rigor contra o álcool ao volante, em junho de 2008, ainda não se refletiu de forma expressiva nas estatísticas, uma vez que a redução na mortalidade por acidentes de transporte foi muito pequena, alcançando uma taxa de 18 óbitos por 100 mil habitantes. Segundo a Seade, à medida que as informações dos anos mais recentes forem disponibilizadas, será possível avaliar melhor o impacto desse novo estatuto legal sobre a mortalidade provocada pelos acidentes de transporte.

Motocicletas
O estudo aponta ainda que a taxa de mortalidade no trânsito poderia ter se reduzido mais intensamente caso não tivesse ocorrido aumento dos óbitos provocados por acidentes com motocicleta. Entre 1996 e 2008, a taxa de mortalidade em decorrência de atropelamentos diminuiu pela metade (de 10,1 para 5,1 óbitos por 100 mil habitantes).

Entre os demais acidentes (automóvel, ônibus, veículo de carga pesada, camionete, etc.) a redução também foi expressiva (de 15,3 para 9,5 óbitos). Entretanto, o indicador de mortalidade por acidentes com motocicleta, apesar de se situar em patamar inferior ao dos demais acidentes, aumentou de forma expressiva ao passar de 0,2 para 3,4 óbitos por 100 mil habitantes no período analisado.

Vítimas
As estatísticas permitem identificar que cada tipo de acidente de transporte atinge preferencialmente grupos populacionais específicos. Entre as vítimas de atropelamento, a mortalidade masculina é superior à feminina e sua principal vítima é a população idosa. Nota-se, para ambos os sexos, que à medida que avança a idade, aumentam também os níveis de mortalidade por esta causa.

Já nos acidentes de motocicleta, embora também predominem as vítimas do sexo masculino, elas são majoritariamente jovens. Cerca de 55% das vítimas fatais desses acidentes ocorrem entre homens de 18 a 29 anos de idade. A taxa de mortalidade é mais elevada no grupo de 18 a 19 anos de idade e passa a diminuir nas faixas etárias seguintes. Entre as mulheres, apesar de as taxas serem bem inferiores, verifica-se aumento importante de sua incidência já no grupo de 15 a 17 anos, atingindo o nível mais elevado na faixa de 25 a 29 anos.

Fonte: Redação Terra

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