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sábado, 2 de outubro de 2010

Especialistas ensinam a agir em situações de emergência

Antes de mais nada, é preciso ter muita calma. O Fantástico chamou voluntários para simular estes momentos inesperados.
Esta semana, em São Paulo, muita gente se apavorou quando o metrô, de repente, parou. Ninguém sabia o motivo, mas todo mundo ficou nervoso. Como reagir numa situação dessas? Como se preparar para um momento de perigo? Antes de mais nada, é preciso ter muita calma. Terça-feira, 7h50. Apagão no metrô de São Paulo. Nos vagões lotados, o ar-condicionado parou de funcionar. “Desespero. Começou um monte de gente a passar mal e começou a discussão dentro do metrô: vamos estourar! Não vamos estourar!”, lembra uma passageira. Um homem se arrisca por baixo do trem e outras milhares de pessoas nos trilhos. E você, se sente preparado para agir numa emergência? Uma pane no metrô, no ônibus, no avião? Você tem ideia do que fazer diante de um incêndio? O teste do Fantástico começa num ônibus urbano lotado. A equipe chamou voluntários que não têm ideia do que vai acontecer. A gente vai simular uma situação de emergência. O ônibus está bloqueado de um lado por um caminhão. É impossível sair. Na parte da frente tem um princípio de incêndio, também não dá para sair. Então eles vão decidir como fazer para sair desse ônibus imediatamente, seja por onde for. Alavancas acionadas! Empurrões derrubam as janelas. Em um minuto, todos estão do lado de fora. “Não pensei muito. Na hora que eu pensei eu já pus o pé. Foi impulso”, conta a auxiliar administrativa Aline Barros. “Emergência! Tem que sair do ônibus, tem que sobreviver de alguma forma”, diz a analista comercial Gisele Araújo. É preciso manter a calma. “A pessoa fica tão desesperada que acaba não fazendo o que deve ser feito’”, destaca o coordenador de segurança em ônibus. Então quanto mais informação melhor. “Eu sei que saída de emergência do ônibus é na lateral, agora qual lateral eu não sei”, confessa a professora Maria Fátima Ramos. “Quando a pessoa está num transporte coletivo, seja qual for, a primeira condição é: identificar onde estão as saídas de emergência e em seguida como ela funciona”, alerta Paulo Roberto Mutterle, da Associação dos Fabricantes de Ônibus. Janelas com sistema de alavanca funcionam até debaixo da água. Mas e se a única saída for pelo teto? “Essas escotilhas servem também como emergência e elas certamente devem ser utilizadas no caso de um capotamento”, ensina Paulo Roberto. Sexta-feira, pane no céu de Manaus: 42 estavam num avião que não pôde pousar. Uma falha técnica obrigou o piloto a voar por duas horas até esvaziar o tanque. “A sensação é de alívio, com certeza. A hora que está no chão a gente sabe o valor que tem o chão”, diz o passageiro Osvaldo Romanelli. Paulo voa pelo menos quatro vezes por mês. Sabe de cor os procedimentos de segurança. Em caso de despressurização de cabine: as máscaras cairão automaticamente. Os assentos da aeronave são flutuantes e devem ser usados no caso de um pouso na água. “E aí, o que você faz com o assento? Sento? rezo? Não faço a menor ideia”, confessa a advogada Fabiana Silva Santos. “Cruzar o braço pra você sentir mais o assento no seu corpo, para você firmar ele mais no corpo”, ensina o instrutor de comissários de voo Ricardo Augusto Marques. Outra coisa que ninguém pretende usar é a saída de emergência. As instruções estão dizendo que tem que puxar a alavanca e empurrar a janela. A janela de emergência é muito pesada. Pesa 15 quilos! Pelas normas, passageiro que senta perto da janela de emergência precisa se sentir preparado. A janela tem que ser arremessada para fora da aeronave. E com as máscaras o que se faz? “Não sei, não faço a mínima ideia”, diz a corretora de seguros Débora Alencar. Coloque a máscara antes em você, depois ajude outras pessoas. Fogo! “Você abaixa e você vai respirar melhor, vai enxergar o caminho da saída. Num incêndio, você nunca pode subir!”, orienta um bombeiro. Perigo mesmo é não saber o que fazer diante do fogo. “Se uma panela começar a pegar fogo em casa, vou lá, de repente, jogar alguma água”, diz a dona de casa Nanci dos Santos. Errado: a água, em contato com o óleo, de frituras, por exemplo, gera uma combinação explosiva. Para apagar um incêndio, que é supercomum em casa, tampe a panela e depois: “Desliga o fogo. Desliga o botijão. E a tendência agora é que esse fogo acabe. Não deu certo. Corre do lado de fora, solta o lacre. Extintor de pó”, ensina um bombeiro. Cada pessoa tem um jeito de reagir a uma emergência. Sempre tem alguém pra manter a calma. Por outro lado, também existem aquelas pessoas que têm aquela liderança negativa e começam: ‘Eu vou subir, eu vou pular do prédio, eu vou pular pela janela!’. Nunca façam isso”, avisa Marcos Palumbo, tenente do Corpo de Bombeiros. Gente que não sabe o que faz acaba causando pânico. Foi o que aconteceu no metrô de São Paulo esta semana. “O pessoal começou a querer já quebrar o vidro de segurança, outros mais descontrolados tentaram quebrar a porta”, lembra o consultor de vendas Rodrigo Alves de Lacerda. Segundo o metrô, a origem do incidente foi uma situação absolutamente normal: um condutor recebeu um alerta indicando que uma das portas estava aberta, parou o trem e foi verificar. Em poucos segundos de parada, já havia usuários nos trilhos. “Provavelmente, dentro dos riscos que existem, andar pela via é o mais grave. O choque é fatal”, diz o diretor de operações do metrô, Conrado Grava de Souza. Para evitar mortes, o metrô desligou a energia. Na escuridão, veio o pânico. “No vagão, as pessoas começaram a apertar o botão de pânico. Umas portas abriam, outras não abriam”, conta o corretor de seguros Noerberto Lamota “Nunca deve acionar o botão-soco fora de plataforma. Em região fora de plataforma, ou trem em movimento, o usuário deve acionar o dispositivo chamado intercomunicador”, explica o diretor de operações. “No momento da emergência, siga as regras e o treinamento. Não tenta decidir pela sua própria cabeça. Siga as regras porque alguém já pensou com calma qual é a melhor solução”, orienta Sérgio Médici de Eston, especialista em risco de segurança.

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