Pesquisar este blog

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Brasil gasta R$ 32 bi com acidentes de trabalho

Da Agência Brasil

O Brasil gasta 4% de seu PIB (Produto Interno Bruto) – o equivalente a R$ 32 bilhões – com despesas relacionadas a acidentes de trabalho por ano: são indenizações pagas pela Previdência Social, custos em saúde, perda de produtividade, entre outros.

Segundo o INSS, do valor total de gastos, cerca de R$ 8 bilhões correspondem a benefícios acidentários e aposentadorias especiais.

Dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho), mostram que o gasto no mundo corresponde a 4% do PIB mundial, ou seja, tudo que os países produzem em serviços e bens.

Segundo o médico e consultor da entidade, Zuher Handar, uma análise feita pela OIT mostra que esse percentual é 20 vezes maior que toda a ajuda oficial do mundo direcionada ao desenvolvimento dos países menos industrializados.

LEVANTAMENTO - Na análise feita pela OIT, dos cerca de 270 milhões de ocorrências mundiais envolvendo trabalhadores em 2005, 160 milhões foram doenças do trabalho.

Desse total, 2,2 milhões resultaram em mortes e 360 mil delas decorreram de acidentes tipicamente relacionados ao trabalho.

Para Handar, quanto menos desenvolvido o país, maior o número e o nível da gravidade dos acidentes. O médico explica que a riqueza da nação está ligada ao investimento em segurança do trabalho.

A OIT também estima que os países da América Latina e do Caribe perdem US$ 76 bilhões por ano com mortes e lesões causadas por doenças do trabalho. Segundo a entidade, isso significa algo entre 2% e 4% do PIB dessa região.

AVANÇO - O presidente da Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho), Remígio Todeschini, afirma que o Brasil tem diminuído a taxa de incidência de acidentes e de mortalidade nas empresas brasileiras, mas que as estatísticas ainda representam o dobro do que é registrado nos países desenvolvidos

"Há um desafio muito grande a ser perseguido e há um esforço do Ministério do Trabalho em ampliar a prevenção, focado também na fiscalização e no aperfeiçoamento da legislação trabalhista", afirma.

Grande parte dos casos é causada por falta de informação

Da Agência Brasil

A falta de informações sobre os riscos ocupacionais é responsável pela morte de milhares de pessoas por ano na América Latina e no Caribe. A constatação é da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que estima até 68 mil o número de pessoas que morrem nesses locais devido a acidentes de trabalho.

Até 80 milhões sofrem lesões ou doenças causadas por exposição a riscos dentro das empresas.

No Brasil, segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social, ocorreram 2.700 mortes por acidentes de trabalho em 2005, e 491 mil trabalhadores sofreram lesões ou tiveram doenças por motivos ocupacionais.

Muitas dessas mortes e acidentes poderiam ser evitados se os trabalhadores conhecessem as chamadas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, que estabelecem parâmetros para adaptar as condições de trabalho, de modo a proporcionar conforto e segurança.

No Brasil, há 33 normas que complementam a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) nessa área. A fiscalização dessas regulamentações é feita atualmente por cerca de três mil auditores fiscais do trabalho espalhados pelo País.

País não notifica corretamente ocorrências médicas trabalhistas

Da Agência Brasil

A sub-notificação de doenças e acidentes de trabalho é um problema considerado grave na área de saúde do trabalhador. A reclamação é unanimidade entre as entidades que atuam nessa área.

A principal causa do problema é o grande número de trabalhadores informais no País. Dados do IBGE, de 2004, mostram que 22% da população economicamente ativa trabalham por conta própria, e 18,3% são empregados sem carteira assinada.

Esse grupo não tem direito aos benefícios da Previdência, assim como os trabalhadores domésticos que não contribuem (segundo a pesquisa, o total de trabalhadores domésticos equivale a 7,7% da população ocupada) e os trabalhadores não-remunerados, que somam 7,7%.

Nenhum comentário: