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segunda-feira, 19 de maio de 2008

A IMPORTÂNCIA DO GESTOR AMBIENTAL NO PROCESSO DE SGA

A implantação do Sistema de Gestão Ambiental – SGA, nas empresas é, além de fundamental para o cumprimento da legislação, benéfica para a empresa e para a comunidade na qual está inserida. Oferecer produtos e serviços ambientalmente corretos tornou-se requisito importante, sendo a implantação de um SGA uma opção para as empresas que almejam essa visibilidade.

Segundo a NBR ISO 14001 (1996, p.4), Sistema de Gestão Ambiental é a parte do sistema de gestão global, que inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental. As empresas certificadas ISO 14001 descobriram que gerenciamento de riscos, redução de custos, desempenho ambiental melhorado, economia de energia e imagem corporativa, são alguns dos benefícios obtidos com a certificação.

O papel do gestor ambiental dentro da criação do SGA é de extrema importância, pois é ele o responsável pela coordenação de toda a política ambiental da empresa, dando suporte a equipe de profissionais envolvidos, definindo as estratégias e os investimentos na área de proteção ambiental. Para Ana Luiza Dolabela, engenheira química, técnica da divisão de normas e padrões da FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente, e instrutora do curso de Pós-Graduação Gestão Ambiental Empresarial do IETEC, o Gestor Ambiental é a figura chave para o equacionamento das questões ambientais nos empreendimentos. “O Gerente ambiental é o elo de ligação entre a hierarquia mais alta das empresas e os setores operacionais”, sintetiza a engenheira.

Para Ana Luiza, o gestor ambiental possui uma gama extensa de atividades e aponta as seguintes características para um excelente desempenho no cargo:
-Deve ser conhecedor profundo do processo produtivo da empresa;
-Deve estabelecer um trabalho de avaliação sistemática entre os setores produtivos, de Meio Ambiente, de Higiene e de Segurança do Trabalho e de Educação Ambiental, dentro de uma visão corporativa e multidisciplinar;
-Participar da elaboração de relatório de impacto ambiental (RIMA), documento indispensável à realização de grandes empreendimentos e estabelecer um contato permanente com a comunidade impactada pelo empreendimento industrial, propondo programas de informação sobre o empreendimento e seus projetos de controle ambiental;
-Deve intermediar os contatos entre a Empresa e os órgãos de meio ambiente;
-Deve ser profundo conhecedor da Legislação Ambiental, bem como de outras legislações e regulamentos com interferência na questão ambiental;
-Propor programas de modernização tecnológica visando a implantação de tecnologias limpas e a minimização do potencial poluidor de efluentes e resíduos;
-Propor linhas de pesquisa tecnológica visando alcançar melhorias ambientais;
-Selecionar sistemas de tratamento de efluentes avaliando sua eficiência, atendimento aos padrões ambientais, custos de implantação e operação, etc.;
-Acompanhamento dos licenciamentos ambientais;
-Deve ser o responsável pelo “Marketing” ambiental da empresa.

Por uma produção mais limpa
Produção mais Limpa consiste em observar como está sendo realizado um processo produtivo e melhorar o que pode ser corrigido neste processo, com a finalidade de diminuir ou evitar desperdícios, aproveitando melhor a matéria-prima e os insumos de produção, estimulando o desenvolvimento e garantindo a qualidade do produto nas exigências do mercado atual.

Segundo Carlos Adílio Maia do Nascimento, Presidente do Instituto Brasileiro de Produção Sustentável e Direito Ambiental – IBPS, a geração e adoção de tecnologias que sejam baseadas na compatibilidade com o meio ambiente e que atendam à demanda nos diversos setores, permite que os processos industriais se tornem cada vez mais eficientes, econômicos e ambientalmente corretos, “maneiras erradas de conduzir determinados processos produtivos, além de causar um desequilíbrio ambiental que põe em risco a saúde humana, resulta em enorme prejuízo econômico e produtivo”, afirma Carlos Adílio.

Para Deborah Munhoz, Química, Consultora do Núcleo de Produção Mais Limpa de Minas Gerais e instrutora do Curso de Pós-Gradução Engenharia Ambiental Integrada do IETEC, uma empresa é sempre capaz de competir se possuir potencialidades, bons funcionários, produto, mercado, clientes e, sobretudo, tecnologia adequada às exigências do mercado. Deborah ressalta que durante a implantação da Produção mais Limpa poderá ser identificada a oportunidade da adoção de uma nova tecnologia, menos impactante e mais adequada que a utilizada. “Tecnologia é mais limpa quando respeita o meio ambiente”, finaliza a consultora.

Constatar essa oportunidade de mudança no processo de produção mais limpa, no sentido de aprimorar a eficácia dos processos, visando a redução ou eliminação da geração de resíduos e desperdícios durante o uso de matérias-primas, entre outras ações, é um grande desafio para o Gestor Ambiental.

Tecnologias Limpas – Resultados a serem obtidos:

-Minimização de resíduos e prevenção da geração de resíduos perigosos.
-Redução dos custos com gerenciamento de efluentes líquidos e resíduos.
-Redução do consumo de energia.
-Melhoria da qualidade do produto.
-Melhoria da produtividade.
-Redução dos riscos de saúde dos trabalhadores.
-Redução dos Riscos Ambientais.
-Diminuição do passivo ambiental da empresa.
-Melhoria da imagem pública da empresa.

Mercado Promissor
O mercado de trabalho para gestores ambientais é amplo, está em expansão e tende a crescer ainda mais com o aumento da consciência ecológica e a preocupação das empresas e instituições com a responsabilidade ambiental. As empresas voltadas para atividades de alto impacto ambiental, como as hidrelétricas, siderúrgicas, mineradoras e petrolíferas são as que mais empregam esses profissionais. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, estima-se que 85% das grandes empresas do país empreguem esse tipo de profissional e que o crescimento da procura por esses profissionais seja de 30% ao ano.

Anexo
Diretrizes empresariais para a sustentabilidade
- Na concepção do empreendimento a organização avaliará todas as alternativas tecnológicas consideradas limpas, visando à economia de recursos ambientais de que se utilizará e minimização de efluentes e resíduos sólidos que produzirá;

- Na concepção do empreendimento a organização avaliará todas as alternativas tecnológicas disponíveis visando à reciclagem de material inservível e ao reuso de matérias-primas;

- No processo de microlocalização do empreendimento, além das variáveis tradicionalmente utilizadas, a organização contemplará, com o mesmo nível de restrição, variáveis ambientais relativas a: características do relevo e suas eventuais vulnerabilidades quanto ao uso e à ocupação;-fragilidades do solo, sobretudo as relacionadas à erosão, vossorocas, desbarrancamentos, desmoronamentos, recalques diferenciais e assoreamento; disponibilidade de água, superficial e subterrânea, e seus usos concorrentes; cobertura vegetal existente; ocorrências da fauna em seus mais diversos segmentos; interferências com o patrimônio regional (sítios arqueológicos, bens tombados pelo patrimônio histórico, áreas com grande valor cênico e áreas de interesse científico); interferências com áreas indígenas e unidades de conservação ambiental; interferências com outros empreendimentos; interferências com sistemas e equipamentos de infra-estrutura (energia, comunicação, rodovia, ferrovia, aeroporto, porto, sistema de abastecimento de água, sistema de tratamento de esgotos sanitários etc.) ; interferências com equipamento de serviços sociais básicos (escolas, hospitais, creches etc); interferências com a economia local e regional; interferências com a cultura local e regional, bem como com a estrutura existente, espontânea ou não, relativa à organização social;

- Nas fases de viabilidade e de projeto, a organização contemplará variável ambiental por meio de estudo específico de viabilização ambiental do empreendimento;

- Na fase de implantação a organização desenvolverá e implementará um programa específico para a gestão ambiental das obras do empreendimento, o qual, obrigatoriamente, contemplará projetos de recuperação de todas as áreas degradadas (alteradas) por força das obras;

- Para atender às fases de operação, produção, avaliação de resultados, ampliação, manutenção, aprimora-mento e eventual desmobilização, será desenvolvido e implementado o Sistema de Gestão Ambiental da organização, ao qual serão integrados pelo menos os seguintes sistemas auxiliares operacionais: sistema de monitoração permanente de efeitos ambientais previstos e realizados; sistema de monitoração e controle da qualidade de efluentes e resíduos; sistema de reciclagem e reuso de materiais; sistema de controle de economias e desperdícios; sistema de monitoração de riscos e acidentes ambientais; sistema de informações ambientais da organização; sistema de comunicação sócio-ambiental, para suporte sistemático e permanente ao relacionamento da organização com as pessoas (vizinhos, funcionários, clientes, instituições públicas, órgãos ambientais, fornecedores e acionistas).


Comunicação IETEC

Um comentário:

Almir Cezar AC disse...

Artigo muito interessante, estou no http://processo-industrial.blogspot.com
Com muitos artigos relacionadas com processo industrial
Abraço; Almir Cezar