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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Prevenir é lucrar

Investimento para reduzir doenças e acidentes beneficia também as empresas, afirmam especialistas em segurança do trabalho

Trabalhar com computadores ou em um canteiro de obras. Essas duas atividades tão distintas compartilham um mesmo problema: o risco de acidentes e doenças do trabalho. Ainda que em diferentes graus, qualquer profissional – mesmo o que se dedica à mais burocrática das tarefas – pode ter a carreira comprometida por uma lesão, um envenenamento ou um problema psiquiátrico. A solução mais eficaz para isso, dizem especialistas, ainda é a prevenção.



Somente em 2007 (dados mais recentes), foram gastos, no país, R$ 42 bilhões com acidentes de trabalho. A previsão do Ministério da Previdência para este ano é maior: R$ 51,6 bilhões, incluindo custos diretos e indiretos.



Mesmo não fazendo parte da estatística (os dados computados pelo Ministério da Previdência Social envolvem apenas os profissionais licenciados), Samuel Alves Monteiro, 27 anos, sabe a importância de um ambiente de trabalho seguro. Trabalhando das 8h às 18h à frente do computador, o analista de sistemas da forçava a visão. Hoje, precisa usar óculos.



– Ficava com os olhos vermelhos, irritados depois do expediente e sabia que tinha clara relação com o trabalho – conta Monteiro.



O jovem, que já trabalhou na área industrial da empresa, garante que se sente mais cansado e suscetível a acidentes e doenças na área administrativa do que em funções braçais.



Substituir o trabalhador acidentado, pagar pela sua recuperação, arcar com indenizações, entre tantas outras despesas, é muito mais oneroso do que investir em medidas preventivas, acredita Remígio Todeschini, diretor do Departamento de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da Previdência Social.



– A empresa só tem a ganhar. É investir em qualidade de vida, em um produto melhor – ressalta Todeschini.



Para o diretor executivo da Agência Brasil de Segurança, Fábio Piza, a prevenção pode determinar o risco da atividade, já que todas são suscetíveis aos acidentes.



– As ações de prevenção eliminam a perda, o que gera lucro direto – sugere Piza.

Mas os benefícios não se limitam ao bolso do empresário. O médico do trabalho e auditor fiscal da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Distrito Federal, Alberto Trindade, aposta em modificações no ambiente de trabalho que ofereçam um clima agradável, tornando o profissional mais propício à produção.

– O conforto também faz parte da lei, o funcionário tem de se sentir bem na atividade que desempenha – avalia Trindade.
Correio Braziliense

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