Investimento para reduzir doenças e acidentes beneficia também as empresas, afirmam especialistas em segurança do trabalho
Trabalhar com computadores ou em um canteiro de obras. Essas duas atividades tão distintas compartilham um mesmo problema: o risco de acidentes e doenças do trabalho. Ainda que em diferentes graus, qualquer profissional – mesmo o que se dedica à mais burocrática das tarefas – pode ter a carreira comprometida por uma lesão, um envenenamento ou um problema psiquiátrico. A solução mais eficaz para isso, dizem especialistas, ainda é a prevenção.
Somente em 2007 (dados mais recentes), foram gastos, no país, R$ 42 bilhões com acidentes de trabalho. A previsão do Ministério da Previdência para este ano é maior: R$ 51,6 bilhões, incluindo custos diretos e indiretos.
Mesmo não fazendo parte da estatística (os dados computados pelo Ministério da Previdência Social envolvem apenas os profissionais licenciados)
– Ficava com os olhos vermelhos, irritados depois do expediente e sabia que tinha clara relação com o trabalho – conta Monteiro.
O jovem, que já trabalhou na área industrial da empresa, garante que se sente mais cansado e suscetível a acidentes e doenças na área administrativa do que em funções braçais.
Substituir o trabalhador acidentado, pagar pela sua recuperação, arcar com indenizações, entre tantas outras despesas, é muito mais oneroso do que investir em medidas preventivas, acredita Remígio Todeschini, diretor do Departamento de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da Previdência Social.
– A empresa só tem a ganhar. É investir em qualidade de vida, em um produto melhor – ressalta Todeschini.
Para o diretor executivo da Agência Brasil de Segurança, Fábio Piza, a prevenção pode determinar o risco da atividade, já que todas são suscetíveis aos acidentes.
– As ações de prevenção eliminam a perda, o que gera lucro direto – sugere Piza.
– O conforto também faz parte da lei, o funcionário tem de se sentir bem na atividade que desempenha – avalia Trindade.
Correio Braziliense
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