Em 17 de setembro uma reportagem no "Diário do Vale", sob o título: "Apenas 13 minas têm água potável", fazia menção à qualidade de água usada por parte da população de Barra Mansa e condenava 11 minas como contaminadas.
A propósito desta reportagem, vale comentar que, com muita propriedade, o assessor do SAAE - BM, Alexandre Garcia, citou os inconvenientes do uso dessas águas comprovadamente contaminadas, conforme análises realizadas pelo próprio SAAE – BM; todavia se lamentava ele que estava encontrando resistência, por parte da população, com desobediência aos alertas de contaminação.
O fato de que os "SAAE’s" façam análises de águas, tanto naquelas que trataram, quanto nas que não trataram, é até uma obrigação, porque tais águas influenciam diretamente a saúde de seus usuários.
Em nossos subsolos circulam, constantemente, grandes quantidades de águas que não percebemos. Algumas delas afloram, como no caso das chamadas minas, e outras são buscadas através de baldes ou bombas, após a construção de poços que as atinjam no subsolo. Em todas elas há um fato comum: nos seus caminhos pelos meandros dos subsolos, elas podem se purificar ou se contaminar.
A purificação se dá pela integração solo-água. O solo age como um filtro biológico, captando as impurezas orgânicas existentes e até acrescentando alguns minerais úteis.
A contaminação vem através de fatores externos ocorridos na superfície ou pouco abaixo dela, como os depósitos de lixo comum e hospitalar, os cemitérios, as valas negras, as tubulações de esgotos com vazamentos, todos podendo ocasionar infiltrações no terreno e indo contaminar águas limpas subterrâneas com toda a sorte de bactérias e vírus. Além disso, os aterros, destinados aos resíduos industriais, podem levar às águas subterrâneas contaminações de natureza química, mais difíceis de serem detectadas, devido ao fato de que as análises são mais complexas.
A índole do povo brasileiro não aceita de bom grado as imposições, mormente de órgãos públicos, passando a haver desconfiança de que as proibições de uso das águas não tratadas convencionalmente sejam por motivo econômico; no caso: água comprada e água de graça.
No nosso entender, cabe aos Saae’s, nesta situação, apenas alertar, mostrando em cada mina a composição daquela água, citando a data da análise e simplesmente informando da propriedade ou da impropriedade do consumo. O cidadão é livre, então, para optar. Tal comportamento não seria um lavar de mãos. Uma outra campanha importante a ser feita, com relação à qualidade das águas de consumo da população, seria com relação à limpeza periódica das cisternas e das caixas d'água, visto que nesses depósitos a água potável pode perder suas características de água boa para o consumo.
Além disso tudo, compete ao órgão público analisar, com freqüência, o cloro residual (uma das garantias da potabilidade nas torneiras), principalmente em locais distantes do tratamento.
As crianças são, sem dúvida, a parte da população mais afetada pela qualidade imprópria da água, principalmente pelas contaminações orgânicas.
Cuidar da nossa água de cada dia é obrigação do povo que quer ser civilizado.
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