As cidades crescem. Falta planejamento, fiscalização e informação. A necessidade, muitas vezes, empurra as pessoas para áreas de risco. Por todo o país, as armadilhas se multiplicam.
São muitas as armadilhas, além das encostas que podem deslizar, por causa do desmatamento, há também avenidas construídas às margens de rios que tradicionalmente transbordam. Tem também os buracos que ficam escondidos nos alagamentos, bueiros sem tampa e córregos sem proteção. Por isso, quem é surpreendido pela chuva forte deve ter sempre em mente uma regra: não se arriscar.
O muro de contenção não agüentou a força das águas, e parte dele criou uma represa onde deveria ter espaço para a água fluir. Um córrego transborda com freqüência quando há chuva forte em São Paulo.
Com a construção de avenidas ao longo dos rios, uma tradição em várias cidades do Brasil, o espaço para a vazão não é respeitado. “Ao longo da água deve se manter uma faixa de 30 metros de vegetação natural, justamente para acomodar essa expansão do rio”, diz a urbanista Maria Lúcia Refinetti Martins.
O terreno da margem de pouco em pouco fica mais vulnerável e a erosão começa a aparecer. “A terra é levada para o fundo do córrego”, explica a urbanista.
Em muitas cidades as armadilhas estão bem próximas dos moradores. Nesta época do ano, por causa da chuva, algumas obras que deveriam proteger se tornam uma ameaça.
Bueiros sem manutenção são outra ameaça comum. Em Vinhedo, no interior de São Paulo, Rafael foi arrastado pela enxurrada e caiu dentro de um bueiro, que é motivo de uma reclamação antiga do condomínio vizinho. O menino foi parar no fim da tubulação que fica a um quarteirão de distância. Os bombeiros conseguiram resgatá-lo com vida.
Quem está nas ruas, muitas vezes, é surpreendido pela velocidade da água da chuva. Na dúvida, sem saber como agir, a maioria das pessoas enfrenta situações perigosas.
Nessa hora, o que é melhor: seguir em frente, parado ou voltar? “Como medida de segurança, você não passa acima de um terço da roda. Acima disso, já estaria se arriscando”, explica o tenente do Corpo de Bombeiros Diógenes Martins Munhoz.
Em segundos, o motorista indeciso pode se ver preso no meio da correnteza. O que fazer? “Você engata a primeira macha, mantém a aceleração constante, porque é primordial que esse carro não morra, não venha a ter pane elétrica. Aí sim teria problema maior ficaria ilhado”, recomenda o tenente do Corpo de Bombeiros.
E o pedestre por onde ir? É bom ficar longe dos cabos de energia. As chuvas acompanhadas de ventos fortes costumam derrubar árvores e a rede elétrica. “É primordial que você não avance no terreno desconhecido. Em hipótese alguma atravessar área alagada ou de enchente. Aguarde o Corpo de Bombeiros”, afirma Diógenes Martins Munhoz.
A recomendação básica dos bombeiros é mesmo essa: nunca se arriscar em terreno desconhecido, durante um alagamento.
Mas, se a pessoa acabar ficando presa dentro de um carro no meio de uma enchente, não há uma dica padrão. É preciso avaliar se a água está baixa e calma, esperar o resgate dentro do carro. Se subir rápido demais ou se a correnteza está muito forte, decidir abrir o vidro ou subir no capô.
Fonte: Bom Dia Brasil - 26/11/2008
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