79% das empresas que realizam investimento social não avaliam impactos
79% das empresas que realizam investimento social não avaliam os impactos gerados pelos recursos. A conclusão é da pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Anna Maria Peliano, que realizou o estudo com uma amostra de nove mil companhias (5% não responderam à questão da avaliação). Os dados foram apresentados no 5º Congresso GIFE Sobre Investimento Social Privado, que aconteceu de 2 a 4 de abril, na cidade de Salvador (BA).
A situação mostra-se mais complicada se for observado o montante destinado por essas empresas à área social: R$ 5,3 bilhões em 2007, a partir de números atualizados de 2004.
Entre os motivos colocados pelas empresas, Anna lembrou os mais citados: o tempo e os recursos necessários para realizar as avaliações, a impressão de que já conhecem o que acontece no local para o qual os investimentos são destinados e a idéia de que o resultado só pode ser medido depois de um prazo maior.
A região que apresenta um maior nível de avaliação é a Sudeste. 25% das empresas pesquisam os resultados gerados pelos investimentos. “Mas é necessário observar que 70% dos investimentos sociais privados brasileiros estão concentrados em empresas dessa região, o que significa que o número de companhias que realiza a pesquisa é baixo”, explicou Anna.
Segundo as respostas das empresas, não existe grande diferença entre a quantidade de pequenas, médias e grandes empresas que fazem as avaliações, número que gira em torno de 20% em todos os recortes. “Porém é preciso ressaltar que muitas pequenas organizações confundem controle de contas e aferição de números de pessoas atingidas com avaliação”, disse.
Com os dados quantitativos, a pesquisadora fez um recorte de cerca de 20 grandes empresas para aprofundar o estudo. Segundo as respostas coletadas, as empresas que avaliam o fazem para verificar se está valendo a pena o investimento, se os recursos estão sendo bem geridos, se a ação está sendo boa para a imagem da empresa e para aprimorar determinados pontos que foram falhos. A grande maioria ficou satisfeita com o resultado. “O importante da avaliação é saber qual foi o impacto do investimento. Se não é para medir isso, não vale a pena gastar dinheiro com a pesquisa”, advertiu.
Para finalizar a apresentação, a pesquisadora buscou polemizar o debate. “Apesar de tudo isso, a avaliação ainda não é um instrumento de transparência”, ressaltou, dizendo que as empresas só disponibilizaram para o estudo relatórios parciais e não liberou o acesso a muitos deles. E completou: “Se os motivos para avaliar são claros e a satisfação, entre aqueles que realizam, é grande, por que ainda são poucas as empresas que realizam as avaliações?”, questionou.
Fonte: Portal do Meio Ambiente
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