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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

HIGIENE OCUPACIONAL: AGENTES QUÍMICOS

Agentes Químicos são os fatores desencadeantes das doenças do trabalho, devido à sua ação química sobre o organismo humano.

Em virtude das propriedades físicas e químicas dos produtos manipulados, fabricados ou armazenados nos meios industriais, vários fatos podem acontecer como: emissão de gases tóxicos, vapores, poeiras, radiações e vários tipos de subprodutos indesejáveis, bem como explosões, incêndios, etc.

Portanto, em atividades ou operações, nas quais os trabalhadores ficam expostos a agentes químicos, pode ocorrer INSALUBRIDADES, desde que os LIMITES DE TOLERÂNCIA desses agentes sejam ultrapassados.

Aspecto importante a se considerar é o fato de que, em geral, os diversos fatores responsáveis pelas doenças do trabalho atuam simultaneamente e estão relacionados com o AGENTE AMBIENTAL, com a ATIVIDADE PROFISSIONAL e com o próprio INDIVÍDUO.

AGENTE AMBIENTAL a ocorrência de doenças dependerá de sua natureza e intensidade.

ATIVIDADE PROFISSIONAL dependerá de características, como DURAÇÃO DO PROCESSO e TEMPO DE EXPOSIÇÃO.

INDIVÍDUO dependerá de sua susceptibilidade ao agente, e de outros fatores que podem influir na gravidade ou no período de evolução das doenças, como: trabalho pesado, nutrição deficiente alcoolismo, idade, sexo, cor e também a existência de doenças não profissionais.

VIAS DE PENETRAÇÃO:

· RESPIRATÓRIA

· CUTÂNEA

· DIGESTIVA










1 – VIA RESPIRATÓRIA

Num dia de 8 h de trabalho ou 40 h semanais, um indivíduo respira, em média, cerca de 8 m3 de ar. Como a maioria dos agentes químicos se encontra suspensa ou dispersa no ar ambiente de trabalho, sob forma de poeiras, gases ou vapores, a VIA RESPIRATÓRIA torna-se a mais freqüente para a penetração desses agentes no organismo.

2 – VIA CUTÂNEA

Diversos solventes industrias, fenóis, alguns pesticidas e outras substâncias possuem a propriedade de penetrar no organismo através da pele, produzindo intoxicações no trabalhador.

3 – VIA DIGESTIVA

É a menos freqüente, este tipo de penetração só ocorre acidentalmente nos casos em que o trabalhador come, bebe ou fuma num ambiente de trabalho contaminado.

VIAS DE ELIMINAÇÃO

Pulmões (via respiratória)

Rins (urina)

Fezes (via digestiva)

Suor (sudorese – via cutânea)

FORMA DE APRESENTAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS

Sólida

Líquida

Gasosa

Sólidos citam-se as poeiras nocivas, que podem ser definidas como partículas de matéria sólida finamente dividida, o bastante para flutuar e ser carregada pelo movimento do ar.

Líquida cita-se os ácidos solventes.

Alguns gases podem deslocar o oxigênio do ar ou dificultar a chegada de oxigênio nos tecidos. Outros podem agir sobre o sistema nervoso, provocando sonolência, ou sobre vários outros sistemas do organismo humano, produzindo danos na constituição ou função do mesmo. A maioria das exposições dos agentes químicos nas indústrias ocorre quando estes se encontram sob a forma de gás ou vapor. Os mais comuns são: monóxido de carbono, dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio, vapores de solventes,etc.

INSETICIDAS MAIS GENERALIZADOS EM NOSSO MEIO SÃO :

ORGANOFOSFORADOS – a intoxicação se faz através do sangue, com alterações como visão turva, náuseas, vômitos, cólicas, tosse, expectoração intensa, fadiga, fraqueza muscular, tremores e câimbras, etc.

ORGANOCLORADOS – manifesta-se geralmente após muito tempo de exposição, ou seja, de maneira crônica.

CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS

1 – Características tóxicas

2 – Características físicas dos contaminantes atmosféricos

3 – Quanto aos efeitos fisiológicos dos contaminantes atmosféricos

CARACTERÍSTICAS TÓXICAS

Tóxica: quando introduzida em um organismo vivo e por ele absorvida, pode provocar desde pequenas alterações morfológicas ou funcionais, que possam colocar em perigo a saúde desse organismo, até grandes desequilíbrios que possam levar esse organismo à morte.

As intoxicações ou envenenamentos podem ser classificados:

Origem: em ambientais, medicamentos e alimentares;

Local de ação: em sistêmicos e locais (que podem ser em nível de células, órgãos e sistema),etc.

As intoxicações podem ser: agudas e crônicas

AGUDAS são aquelas que, em um tempo muito curto, provocam alterações profundas no organismo humano. São causadas por contaminantes muito tóxicos ou por outros que, embora menos tóxicos, se encontram em altas concentrações no ambiente.

CRÔNICAS podem produzir danos consideráveis no organismo, porém a longo prazo. Originam-se normalmente de exposições contínuas a baixos níveis de concentração.

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DOS CONTAMINANTES ATMOSFÉRICOS

O ar atmosférico é composto de: 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e o restante por outros gases entre eles o gás carbônico (0,03%) e vapor d’água.












CONTAMINANTES ATMOSFÉRICOS são substâncias encontradas na mistura do ar atmosférico que estão acima dos limites normais ou existir outra substância.

CLASSIFICAÇÃO DOS CONTAMINANTES ATOSFÉRICOS:

GASES são moléculas de substâncias que se dispersam e se misturam com o ar. Exemplos: CO2, H2S.

VAPORES são moléculas de substâncias que se dispersam e se misturam com o ar, mas que, em condições ordinárias de temperatura e pressão podem facilmente condensar-se para formar líquidos ou sólidos. Exemplos: a água de 0o a 100o C. Uma característica importante é que, em recintos fechados, eles podem alcançar uma concentração máxima, que não é ultrapassada, chamada saturação.

AERODISPERSÓIDES são dispersões de partículas sólidas ou líquidas, de dimensões bastante reduzidas (abaixo de 100m) que se podem manter por longo tempo em suspensão no ar. Exemplos: poeiras, fumos.

QUANTO AOS EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS CONTAMINANTES ATMOSFÉRICOS:

a) Irritantes

b) Asfixiantes

c) Narcóticos

d) Intoxicantes sistêmicos

e) Material particulado

IRRITANTES – são devidos aos efeitos químicos ou corrosivos de inflamação nos tecidos com os quais entram em contato. Atuam sobre os tecidos de revestimentos ou epiteliais, como pele, mucosas das vias respiratórias, conjuntiva ocular.

Podem ser: Primários e Secundários

IRRITANTES PRIMÁRIOS

Exercem apenas ação local.

Atuam sobre a membrana mucosa do aparelho respiratório e sobre os olhos, levando à inflamação, hiperemia (avermelhamento) , desidratação, destruição da parede celular, necrose (destruição) e ao edema (inchação).

Dentro do aparelho respiratório, o local da ação dos irritantes primários dependerá da solubilidade dos mesmos em água. Os mais solúveis são absorvidos pelas vias aéreas superiores, dissolvendo- se na água presente nas mucosas, causando irritação. Os menos solúveis serão pouco absorvidos pelas vias aéreas superiores, alcançando o tecido pulmonar, onde produzem seu efeito.

Na exposição imediata ou aguda, estes agentes provocam nas vias aéreas superiores: rinite, faringite, laringite, com quadro clínico de dor, coriza, espirros, tosse e irritação. Nas vias aéreas inferiores, eles provocam: bronquite, broncopneumonia e edema pulmonar, com quadro clínico de tosse e dispnéia (dificuldade para respirar).

Na exposição prolongada a baixas concentrações, os gases e vapores irritantes provocam: bronquite crônica, conjuntivite.

A intensidade da irritação dessas substâncias depende de:

1. Concentração da substância no ar e da duração da exposição

2. Propriedades químicas: por exemplo, a solubilidade em água.

3. Exposições repetidas: mesmo em baixas concentrações, certos gases irritantes provocam alterações tissulares, bioquímicas e funcionais das vias respiratórias.

4. Fatores anatômicos, fisiológicos e genéticos que podem influenciar o sítio de ação.

5. Interação química: a inalação simultânea de outro agente tóxico em forma de aerossol pode modificar a toxicidade dos gases e vapores irritantes.

Exemplos: ácidos, amônia, cloro, soda cáustica, dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio, etc.

IRRITANTES SECUNDÁRIOS

Ação geral e sistêmica. São substâncias químicas que, além de ocasionarem irritação primária nas mucosas de vias respiratórias e conjuntivas, são absorvidas e distribuídas, indo atuar em outros sítios do organismo, como sistema nervoso e sistema respiratório.

Exemplo: gás sulfídrico (H2S).

ASFIXIANTES – são substâncias químicas que levam o organismo à deficiência ou privação de oxigênio, sem que haja interferência direta na mecânica da respiração.

São subdivididas em: simples e químicos

ASFIXIANTES SIMPLES – são gases fisiologicamente inertes, cujo perigo está ligado à sua alta concentração, pela redução da pressão parcial de oxigênio. São substâncias químicas que têm a propriedade comum de deslocar o oxigênio do ar e provocar asfixia pela diminuição da concentração do oxigênio no ar inspirado, sem apresentarem outra característica em nível de toxicidade.

Exemplos: etano, metano, propano, butano, GLP, acetileno, nitrogênio, hidrogênio, etc.

ASFIXIANTES QUÍMICOS – são substâncias que produzem asfixia mesmo quando presentes em pequenas concentrações, porque interferem no transporte do oxigênio pelos tecidos. São substâncias que produzem anóxia tissular (baixa oxigenação dos tecidos), quer interferindo no aproveitamento de oxigênio pelas células.

Exemplo: monóxido de carbono (CO).

NARCÓTICOS – são gases e vapores de drogas que atuam sobre o sistema nervoso central, e quando absorvidos pelo sangue, produzem efeito anestésico, como sonolência, diminuição na sensibilidade e perceptividade, podendo levar à parada cardíaca, parada respiratória e morte.

Exemplos: éter etílico, acetona.

INTOXICANTES SISTÊMICOS – quando ao penetrarem no organismo e serem absorvidos, provocam alterações funcionais ou morfológicas em determinados órgãos do corpo humano. São representados por compostos que tanto podem causar intoxicações agudas como crônicas.

Exemplo: o benzeno intoxicação aguda – reação excitação, sudorese intensa; intoxicação crônica – alteração na medula óssea.

MATERIAL PARTICULADO – são os materiais que mesmo sob a forma de partículas sólidas ou líquidas, de dimensões reduzidas, não chegam a penetrar no organismo e ser absorvidos, isto é, não são intoxicantes sistêmicos.

Exemplo: poeiras de madeira, pólens.

BIBLIOGRAFIA

01 – Portaria n. 3214 de 08 de junho de 1978 - Normas Regulamentadoras - MTb.

02 – SALIBA, Tuffi Messias. Manual prático de avaliação e controle de calor:POEIRA e outros Particulado - PPRA. 2a ed.- São Paulo: LTr, 2004.

03 – SALIBA, Tuffi Messias & et all. Higiene do trabalho e programa de prevenção de riscos ambientais.São Paulo: LTr, 1997.

04 – site: www.mte.gob. br

Um comentário:

Carol Ruiz disse...

ola! esse arquivo foi escrito com qual intuito? é uma monografia?

Se for, pode me passar o tema, o ano e seu nome completo para utilização como refeerencia bibliográfica?

Grata desde já!
Caroline Campos!!
(e-mail: caroline.campos1@gmail.com)