A Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás que constrói e opera as usinas nucleares do Brasil, informou nesta terça-feira (26) que, no último dia 15 de maio, houve um vazamento de radiação da Usina de Angra 2, provocado por um erro humano. Segundo a empresa, no entanto, o acidente "não provocou impacto para o meio ambiente, para os funcionários nem para a comunidade".
QUATRO PESSOAS FORAM CONTAMINADAS
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Um funcionário que fazia a limpeza de um equipamento em uma sala de descontaminaçã
o da Usina Nuclear de Angra 2, em Angra dos Reis (RJ), esqueceu uma porta aberta e houve circulação de material radioativo, de acordo com a Eletronuclear; todos foram monitorados, passaram por descontaminaçã o e já trabalham normalmente
Um funcionário que realizava um procedimento de rotina de descontaminaçã
Quatro trabalhadores contaminados
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) informou que quatro dos seis trabalhadores que estavam próximos ao local foram contaminados em níveis abaixo de 0,1% dos limites estabelecidos em norma para os trabalhadores.
"A equipe de proteção radiológica iniciou os trabalhos de descontaminaçã
A Cnen disse que o "evento não usual" ocorreu dentro do edifício auxiliar de Angra 2, e não no prédio do reator. "Este evento é classificado na escala internacional de eventos nucleares (Ines) da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) como nível 1 (anomalia ou desvio operacional)
Para a Sape (Sociedade Angrense de Proteção Ecológica) o acidente é grave. A organização afirma que a Defesa Civil do município foi avisada somente no dia 18, três dias após a ocorrência.
Mais sobre a usina nuclear
Em maio do ano passado, a usina Angra 2 ficou parada 35 dias para manutenção programada. Em 2007, chegou a ficar desligada por uma falha na fonte de alimentação do sistema de controle da turbina geradora. Segundo a Eletronuclear, o problema não teve qualquer ligação com o material radioativo.
Fruto de um acordo nuclear Brasil-Alemanha, a construção e a operação de Angra 2 ocorreram conjuntamente à transferência de tecnologia para o país. A usina opera com um reator tipo PWR (reator à água pressurizada) e, sozinha, poderia atender ao consumo de uma região metropolitana do tamanho de Curitiba, com dois milhões de habitantes.
Em 2008, a usina nuclear registrou a maior geração de energia elétrica desde 2001. A geração elétrica de Angra 1 e 2 corresponde a cerca de 3% do total gerado no país. A energia dessas usinas é voltada basicamente para a região Sudeste do país, principal consumidor do Brasil.
O governo decidiu retomar as obras de Angra 3, a terceira usina do programa nuclear brasileiro, em junho de 2007, paradas há mais de 20 anos por falta de recursos públicos e dúvidas sobre os riscos. Parada, Angra 3 custava US$ 20 milhões por ano, pagos pelo governo para que se preservasse o canteiro de obras.
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